segunda-feira, 30 de abril de 2018

A activista Policarpo Nóbrega sempre solidário com a Maria de Lurdes presa em Tires por delito de opinião

Hoje fui acordado por um telefonema da Mãe de Maria de LurdesRodrigues, presa política neste país de costas para Abril, num apelo arrepiante e lancinante, quase sem poder falar sentindo-se à beira da morte, para que fizesse tudo o que pudesse afim de libertar a sua filha e que não queria morrer sem voltar a abraçar a sua querida filha, que não roubou, não matou nem cometeu crime nenhum, ao contrário dos corruptos e mafiosos que andam todos à solta.
E o que eu fiz, e que já estava pensado, foi, ir à Câmara Municipal e interromper a sessão denunciando uma vez mais a injusta e descabida prisão de Maria de Lurdes, tal como Jose Manuel Coelho também o fez na sessão da Assembleia Regional, onde ainda fui também, cantando Grândola Vila Morena e gritando, abaixo a ditadura jardinista, viva a Liberdade.


Com letra do poeta João Apolinário, o cantor Luis Cília, exilado em França, gravou, em 1967, Recuso-me.

Recuso-me (João Apolinário)
Recuso-me a ficar amolecido
Tragicamente cilindrado
E muito antes de lutar – vencido
E muito antes de morrer – violado.
Recuso-me ao silêncio e à mordaça
Serei independente, livre e exacto
A verdade é uma força que ultrapassa
A própria dimensão em que combato.
Recuso-me a servir a violência
Embora a minha voz de nada valha
Mas que me fique ao menos a consciência
De que tentei romper esta muralha.
Recuso-me a ter medo e a estiolar
Na concha dos poetas sem mensagem
Que me levem o corpo e a coragem
Mas que fique esta voz para cantar.


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