quarta-feira, 31 de maio de 2023

O regabofe e as obras inventadas no tempo do fascista Jardim e do Miguel Albuquerque à estampa no Diário de Notícias de Lisboa

 Miguel de Sousa [ex- -vice de Jardim] em artigo de opinião, publicado no dia 12 de agosto de 2017, escreveu que “todos os negócios tinham de ser dele [Jaime Ramos]. Ou pelos menos 10% se fossem grandes empreitadas. Não dava entrevistas, não aceitava perguntas e tratava, abaixo de cão, quem ele achava que não pactuava com o seu estilo bruto e soez (…). Era tudo dinheiro para o partido! Só que o partido está falido e o homem está rico!”

1 Parque empresarial de Porto Moniz > 1,3 milhões
2 Heliporto de Porto Moniz > 469 mil euros
3 Parque empresarial da Calheta > 6,6 milhões
4 Casa das Mudas > 16 milhões
5 Parque empresarial de Canhas - Ponta do Sol > 1 milhão
6 Marina do Lugar de Baixo - Ponta do Sol > 110 milhões
7 Parque empresarial de Canhas - Ponta do Sol > 1 milhão
8 Centro desportivo da Madeira - Ribeira Brava > 77 milhões
9 Parque empresarial da Ribeira Brava > 6,5 milhões
10 Parque empresarial de Câmara de Lobos > 23,5 milhões
11 Piscinas das salinas de Câmara de Lobos > 16 milhões
12 Laboratório veterinário - São Martinho, Funchal > 4 PS milhões
13 Piscinas do Curral das Freiras > 2,3 milhões
14 Escola Básica BE1/PE Seara Velha - Curral das Freiras > 2,2 milhões
15 Parque temático da Madeira - Santana > 70 milhões
16 Parque empresarial de Santana > 3,1 milhões
17 Parque empresarial da Camacha > 5 milhões
18 Biofábrica de Moscas - Camacha > 3,5 milhões
19 Lagoa de Águas Mansas - Santa Cruz > 30 milhões PCP
20 Parque empresarial do Machico > 6,9 milhões
21 Parque desportivo de Água de Pena - Machico > 20 milhões
22 Museu da Baleia - Caniçal > 11,5 milhões
23 Lagoa de Águas Mansas - Santa Cruz > 30 milhões PCP
24 Fábrica das algas - Porto Santo > 45 milhões
25 Estádio de desportos de praia de Porto Santo - Porto Santo > 2 milhões
26 Zona lúdica do Penedo do Sono - Porto Santo > 8,3 milhões
Os “favorecimentos” ao Grupo Sousa
 Na documentação entregue no Departamento de Investigação e Ação Penal é considerado que houve “favorecimento da OPM – Sociedade de Operações Portuárias da Madeira, Lda” por, nomeadamente, tendo licença de “exercício da atividade de operador portuário geral do porto do Funchal” ter tido e mantido “atividade no Caniçal e no Porto Santo, embora a abrangência de tais portos não conste da licença emitida”. Segundo o que é documentado e foi entregue no Ministério Público, o governo madeirense “permitiu que a OPM continuasse a operar sem que a sua licença se considerasse válida, desde 12 de outubro de 1995 (…) até, pelo menos, 24 de fevereiro de 2023”, atuando nos “portos da Região ao abrigo da mesma licença emitida em 18 de março de 1991”. A suspeita atravessa, assim, os governos de Alberto João Jardim e de Miguel Albuquerque. O segundo “favorecimento” é sobre a “falta de cobrança de taxas pela utilização das infraestruturas portuárias à OPM apesar de a mesma se encontrar prevista nos sucessivos Orçamentos regionais 2020, 2021, 2022”. 

... ... ...

“O Jardim jogou as suas peças e pôs o Avelino [grupo AFA] e o Sousa [grupo Sousa] em campo. O [Luís Miguel] Sousa consegue afastar o Eduardo Jesus porque o Eduardo Jesus [secretário regional] tinha uma agenda para reformular o porto. O Avelino [Farinha] não estava satisfeito com o meu desempenho nas obras públicas, porque eu é que era o secretário das Obras Públicas, e ele sempre se habituou a ter um secretário que o servisse. Comigo isso não acontecia [...], o Avelino depois consegue afastar- -me das obras públicas. Ele não queria que eu saísse do governo, ele queria era só afastar-me das obras públicas”, disse nessa altura ao DN. “O problema é que esta governação social-democrata”, acrescentou, “acabou por levar a que se afirmassem quatro ou cinco grupos económicos, que acabaram por acumular muito poder: Sousa, Avelino, Pestana, Trindade e Trindade/Blandy. E principalmente dois grupos [...], o Luís Miguel [Sousa], com quem eu trabalhei oito anos, e o Avelino [Farinha] acho que foram os mais beneficiados da governação regional”. “Grupos que cresceram muito à conta dos negócios com a região. E depois o que é certo é que acumularam, uns e outros, muito poder e a dada altura começaram a condicionar a governação”, disse ainda o antigo secretário regional ao DN na reportagem publicada a 15 de janeiro.




«padre» Ricardo sempre activo no apoio à campanha do Miguel Albuquerque

 

https://www.dnoticias.pt/2023/5/31/362254-ponto-e-virgula-continuara-a-mostrar-que-a-madeira-tem-muito-talento/

Na Albânia também há mulheres bonitas
E esta hein?

Prémio Emanuel Rodrigues cujo valor são 5 mil euros

 

Os três membros do Júri. Destacamos dois o professor Moreira do Caniçal que depois de reformado ainda continuava com o tacho de reitor do liceu Jaime Moniz e a professora Madalena Sacramento uma arrogantezinha apoiante do careca mentiroso Paulo Cafofo. 
 Por fim o dr. Emanuel  Rodrigues um pêpêdê de rabo, que caiu em desgraça perante o «ofélia» Jardim quando  contra a vontade deste apoiou o general Ramalho Eanes no segundo mandato à presidência da República. Emanuel Rodrigues era um machiquense muito reacionário que odiava tudo o que lhe cheirasse a esquerda. Digamos que era um fascista convertido à democracia burguesa. Já desandou daqui para o outro lado. Foi fazer tijolo.

900 sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos à Venezuela conduziram o país a uma emigração forçada !

 

 A questão da Venezuela explodiu na reunião dos presidentes da América do Sul convidados pelo presidente Lula para promover ressurreição da Unasul e seu fortalecimento mediante estratégia desenvolvimentista tocada por bancos públicos, formação de poupança continental e desdolarização econômica.
A dissenção de Chile e Uruguai, discordantes de que vigora democracia na Venezuela, o que, naturalmente, dificultaria unidade latino-americana intrínseca ao projeto lulista, exigirá novos encontros para discutir a natureza profunda das controvérsias, algo que interessa aos que se beneficiam com a divisão política regional, especialmente, os Estados Unidos.

A pergunta central, no entanto, a ser feita é a seguinte: a emigração venezuelana que escandalizou toda a América Latina nos últimos anos foi fruto da “ditadura” em si, patrocinada pelo governo Maduro, como narra a mídia conservadora pró-Washington, ou das 900 sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos à Venezuela por ser politicamente comandada por governo desalinhado com Casa Branca, pregador do socialismo bolivariano do século 21 criado por Hugo Chavez, na primeira década do século?

O BURACO É MAIS EMBAIXO

 Basta observar um dado: por causa das sanções, os ingressos econômico-financeiros da exploração do petróleo, na Venezuela, segundo o presidente Maduro, caíram de 56 bilhões de dólares para 700 milhões de dólares! O impacto dessa redução brutal na vida nacional desorganizou completamente a economia, cujas consequências foram, essencialmente, destruição das famílias.
 Destruíram os salários, implodiram o custo de vida, a inflação saiu do controle, o poder de compra popular desapareceu, a moeda derreteu e o desemprego se ampliou, incontrolavelmente; tratou-se de guerra econômica sem quartel.
Apesar disso, o chavismo bolivariano socialista resistiu, triunfando, sistemática e democraticamente, nas urnas, nos últimos 24 anos, durante os quais foram realizadas 29 eleições, das quais ele venceu 27, sofrendo, apenas, duas derrotas. A força ideológica do chavismo, nesse período, consolidou-se graças à opção política nacionalista em defesa da estatização do petróleo, maior riqueza nacional, mediante aliança cívico-militar.

 Tal estratégia de defesa nacional fragilizou a oposição burguesa conservadora venezuelana a tal ponto que, desde a subida chavista ao poder, os oposicionistas se negam a disputar, porque, diante de pesquisas que lhes são desfavoráveis, preferem fugir da disputa eleitoral; seriam candidatos certos à derrota sob discurso neoliberal aliado a Washington, que não dá voto.

MEDO DA DERROTA

 Antevendo a derrota, inventam desculpas que não colam junto ao povo; as 900 sanções econômicas impostas imperialmente pelos Estados Unidos, acompanhadas de furiosas tensões diplomáticas guerreiras, não foram suficientes para virar o jogo contra bolivarianismo chavista-madurista, incapaz, no entanto, de conter a fuga migratória da miséria, assolada pela hiperinflação gerada pela dolarização econômica.

 A fúria dos emigrantes cresceu dada insuficiência de fundos públicos necessários para promover desenvolvimento sustentável; países vizinhos, Brasil, Chile, Colômbia, Argentina, Paraguai entre outros, não tiveram estrutura para conter a avalanche migratória.

 Ocorreu, na América Latina, em razão das 900 sanções comerciais americanas, o mesmo que aconteceu com Europa, muito mais estruturada, porém, incapaz, também, de barrar os imigrantes africanos expulsos da África pelo imperialismo americano e europeu, na sanha de colonizar disseminando guerras civis de forma indiscriminada, para dividir populações.

 Os meios de comunicação pró-Washington, na América do Sul, cuidaram, até agora, de dividir a população continental, esforçando-se para dissociar a causa – a guerra econômica – do seu efeito – a onda migratória – venezuelana. Economicamente, esvaziado de suas receitas tributárias com o petróleo, a saída de Maduro, nesse período, tem se dado no campo geopolítico.

SAÍDA GEOPOLÍTICA DE MADURO ALERTA LULA

 O presidente venezuelano, empurrado para o precipício, cuidou de aproximar-se de dois poderosos aliados: China e Rússia; com os chineses, fez acordos comerciais, e com os russos, acordo militar; pôde, então, resistir com sua defesa renovada e canais comerciais novos, capazes de promover ingressos de divisas; desse modo, salvou-se dos desastres cambiais, de fora para dentro, patrocinado por Washington, responsáveis por deterioração nos termos de trocas, responsáveis por impedir estabilidade monetária e desenvolvimento econômico sustentável.

 Maduro chegou ao Brasil não para pedir socorro de emergência, apesar de ter a relação comercial entre os dois países recuado de 6 bilhões de dólares para 2 bilhões de dólares; a China preencheu esse vácuo, paulatinamente, enquanto o governo bolivariano conseguiu afastar o perigo de invasão americana, graças aos armamentos russos.

 A visita de Maduro, que pagará sua dívida ao BNDES com petróleo, representa, ao contrário, alerta ao gigante Brasil no sentido de que, se ele não correr para reparar o prejuízo de manter congelada a relação bilateral, perderá, definitivamente, o mercado venezuelano para a China; algo semelhante, ocorrerá, também, no plano regional, com destaque para a Argentina, cada vez mais propensa à aproximação com os chineses.

CORRER CONTRA O TEMPO

 Lula tem que se apressar para se transformar em agente catalisador de aliados latino-americanos a se filiarem aos BRICs, na tarefa da desdolarização latino-americana, dominada por bancos privados, a fim de substitui-los por bancos públicos, como alternativa à redução das taxas de juros, favoráveis aos investimentos em infraestrutura continental.

 Cega, ideologicamente, a classe empresarial tupiniquim, completamente, dominada pela especulação financeira, que liga seu destino à furiosa financeirização econômica global anti-produtiva, faz o jogo equivocado; em vez de lutar contra os especuladores, compactua-se com a plutocracia financeira internacional que comanda o Banco Central Independente cujos interesses estão dissociados do interesse da economia real.

 Hoje, enquanto Lula defendia a integração latino-americana, mediante desdolarização econômica e fortalecimento dos bancos públicos, na formação de uma poupança dos países da região, para tocar a infraestrutura continental, a Globonews entrevistava Campos Neto, sabotador do programa econômico lulista, aplaudido pelo poder midiático antinacional. (fonte: Pátria Latina)

A juizada fascista e Ministério público da Comarca da Madeira preparam-se para safar Manuel Góis um ladrão milionário do PPD/PSD. Gamou 2 milhões o pardalão

 

o jornalista Miguel Fernandes Luís

 Quem nos dá conta desta situação é o consagrado jornalista Miguel Fernandes Luís, do Diário de Notícias do Funchal (naquele diário só existe mais um jornalista honesto trata-se do Élvio Passos o restante está com o rabo entre as pernas com medo do regime ou então trabalha para ele). Depois de vários julgamentos repetidos o caso encaminha-se para a prescrição ou seja o arquivamento, tal como aconteceu  a outros casos de ladrões famosos ligados ao PSD. 
 Lembramo-nos por exemplo, do branqueamento e arquivamento do caso da mega roubalheira dos portos do Funchal investigada pela PJ do Funchal em 2003 que envolviam Luís Miguel de Sousa, Cristina Pedra e seu pai David Pedra. Roubaram muitos milhões com falcatruas em facturas falsas nos portos e nem um dia de cadeia apanharam. Pois o crime  desta gente protegida pelo regime e pela maçonaria, compensa sempre. 
 Neste caso vai haver repetição de um novo julgamento farsa afim de  tratar de absolver o arguido  do PPD/PSD Manuel Góis. Presidirá ao mesmo num colectivo de juízes... imaginem? A famosa juíza do regime Joana Pereira Dias. A tal que reside num apartamento do filho do Alberto João.
Manuel Góis vai safar-se da prisão pois a maçonaria ligada à justiça vai protegê-lo



Eis a famosa juíza do regime Joana Pereira Dias, a tal que reside num apartamento do filho  do Alberto João.

 Entretanto ...
... outra famosa Juíza do regime  (Susana Mão de Ferro) prepara-se para absolver Pedro  Calado do  crime de difamação. Isto  parece mesmo uma comédia. Só pode ser!

terça-feira, 30 de maio de 2023

Bem dizia Karl Marx : «A religião é o ópio do povo»

 

O ditador Ergodan vai governar a Turquia até 2028


Mais um pretexto tem Rodrigues para viajar e passar boa vida à custa do contribuinte.

 Desta vez o pardalão vai ao Brasil. O zé-povinho dos arraiais paga aquilo tudo não há problema! O tema é muito do agrado do CDS: A FAMÍLIA. Tal como no tempo do Salazar que tinha por slogan: Deus, Pátria, Família.


segunda-feira, 29 de maio de 2023

O preconceito contra as mulheres em 1920 nos EUA

 

Inspeccionando Fatos de Banho de Mulher – 1920s

Pode estar a olhar para esta foto de colheita e a pensar para si próprio, “o que é que se está a passar? Não ficaríamos surpreendidos porque também estávamos a fazer a mesma pergunta. Isto é uma prova de quanto a sociedade mudou nos últimos cem anos. Este homem estava basicamente a medir os fatos de banho das mulheres para determinar se eram demasiado curtos ou não. Hoje em dia, esta prática não acontece na maioria das partes do mundo, mas nos anos 20, era a norma.

Imagens exclusivas dos Cow Boys americanos na Somália, exportando a sua "liberdade e democracia e respeito pelos Direitos Humanos"!

“Esse troço de matar é uma barbaridade, mas eu acho que tem que ser”. -dizia Ernesto Geisel

 Este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa: Recém-empossado, Geisel autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto.

Foi assim

Fechando o assunto “assassinatos na ditadura”, relembro uma frase conhecida e citada do general presidente Ernesto Geisel a um general subalterno, em palácio:

“Esse troço de matar é uma barbaridade, mas eu acho que tem que ser”.

  Obs: – Quem escolhia os que deveriam ou não morrer, por decisão do “Alemão”, era o general Figueiredo, então chefe do SNI e depois escolhido como sucessor, o último dos ditadores, aquele que era chegado num cheiro de cavalos e estrebarias.



Um documento secreto de 1974 elaborado pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, aponta que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) deu sua aprovação para uma política de "execução sumária" de "subversivos" durante o regime militar.

Liberado pelo Departamento de Estado dos EUA, odocumentoaponta ainda que Geisel teria incumbido o general João Baptista Figueiredo, que viria a ser sucessor na Presidência, a analisar e autorizar pessoalmente qualquer execução. À época, Figueiredo chefiava o Serviço Nacional de Informações (SNI).

Intitulado "Decisão do presidente brasileiro Ernesto Geisel de dar continuidade à execução sumária de subversivos perigosos sob certas condições", o documento foi assinado pelo então chefe da CIA, William Colby, e enviado originalmente para Henry Kissinger, então secretário de Estado do governo Richard Nixon.

O informe faz parte de um lote de documentos liberados pelo Departamento de Estado em 2015 e foi tornado público no Brasil por Matias Spektor, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e autor do livro Kissinger e o Brasil. Spektor postou o link para o documento em sua página no Facebook.

"É o documento secreto mais perturbador que já li em vinte anos de pesquisa", disse.

https://www.dw.com/pt-br/cia-geisel-autorizou-pol%C3%ADtica-de-execu%C3%A7%C3%B5es-na-ditadura/a-43743103

No mesmo livro, Gaspari relata uma conversa entre Geisel e um tenente-coronel em janeiro de 1974. O assunto era a prisão de um grupo no Paraná que havia acabado de chegar da Argentina. "E não liquidaram, não?", perguntou Geisel. O militar teria respondido afirmativamente: "Ah, já, há muito tempo. Tem elemento que não adianta deixar vivo, aprontando".

Vejam o que o fascista Salazar exigia a quem quisesse trabalhar por conta do Estado:

A condição de membro de um partido é uma coisa da qual nenhum cidadão tem qualquer obrigação de prestar contas

«Para admissão a concurso, nomeação efectiva ou interina, assalariamento, recondução, promoção ou acesso, comissão de serviço, concessão de diuturnidades e transferência voluntária, em relação aos lugares do estado e serviços autónomos, bem como dos corpos e corporações administrativos, é exigido o seguinte documento com assinatura reconhecida: 

Declaro por minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas. (...)

Os directores e chefes dos serviços serão demitidos, reformados ou aposentados compulsivamente sempre que algum dos respectivos funcionários ou empregados professe doutrinas subversivas, e se verifique que não usaram da sua autoridade ou não informaram superiormente»

"Matar os insubmissos à fome"

Jorge Rezende [*]


Numa entrevista ao jornal brasileiro Correio da Manhã de 10 de Novembro de 1945, à pergunta «É exacto que não deu aulas em Portugal?», António Aniceto Monteiro respondeu:

«Não. Dei muitas aulas particulares, desde 1936 até à minha vinda, e desenvolvi no meu sector grandes esforços. Simplesmente, recusei assinar um papel de compromisso político para poder leccionar... matemática. Por isso não me nomearam; nem modesto funcionário podia ser lá. Teria que morrer à fome, com os meus, doutorado pela Sorbonne.»

Para compreendermos bem que compromisso político era esse, lembremos que Portugal vivia desde o golpe militar de 28 de Maio de 1926 debaixo de uma ditadura que rapidamente adquiriu contornos fascistas, com as suas polícias, as suas prisões, os seus tribunais e as suas leis. Em 13 de Maio de 1935 é publicado o Decreto-lei n.º 25317 que, no seu artigo 1º, dizia o seguinte:

«Os funcionários ou empregados, civis ou militares que tenham revelado ou revelem espírito de oposição aos princípios fundamentais da Constituição Política ou não deem garantias de cooperar na realização dos fins superiores do Estado serão aposentados ou reformados, se a isso tiverem direito, ou demitidos em caso contrário».

Foi invocando este decreto que muitos funcionários foram afastados daí em diante. Logo no dia seguinte à saída deste decreto, 14 de Maio, foram afastados 33 funcionários, entre os quais professores e militares.

No ano seguinte, 1936, no dia 14 de Setembro, sai o Decreto-lei n.º 27003 que diz:

«Para admissão a concurso, nomeação efectiva ou interina, assalariamento, recondução, promoção ou acesso, comissão de serviço, concessão de diuturnidades e transferência voluntária, em relação aos lugares do estado e serviços autónomos, bem como dos corpos e corporações administrativos, é exigido o seguinte documento com assinatura reconhecida: Declaro por minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas. (...)
Os directores e chefes dos serviços serão demitidos, reformados ou aposentados compulsivamente sempre que algum dos respectivos funcionários ou empregados professe doutrinas subversivas, e se verifique que não usaram da sua autoridade ou não informaram superiormente».

Este decreto impunha que o candidato a um emprego público se humilhasse renunciando às suas convicções e aos que tinham responsabilidades na administração obrigava-os a fazerem de polícias ou de delatores. Em resumo, colocava pessoas perante o angustiante dilema: ou perderem o emprego ou perderem a honra.

Foi o compromisso «Declaro por minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas» que António Aniceto Monteiro se recusou a assinar. Ele não foi o único, longe disso. Por exemplo, quando, em 1940, o director de programas da Emissora Nacional, Pedro Prado, amigo e antigo colega de Conservatório de Fernando Lopes-Graça, o convidou para assumir a direcção da secção de música da estação, o músico recusou [LL], justamente por não querer assinar o compromisso imposto pelo Decreto-lei n.º 27003. Lopes-Graça passou dificuldades e chegou a pensar em emigrar [LL]. Apesar disso, ajudou a subsidiar a revista Portugaliae Mathematica quando, em Dezembro de 1950, uma primeira audição de uma sonata sua foi realizada, pela Junta de Investigação Matemática, no cinema Batalha, no Porto [RLG].

Mas não se pense que estas atitudes de grande firmeza perante o opressor são um exclusivo português. É de assinalar a similitude destes comportamentos com aqueles que Einstein defendeu mais tarde aquando do macartismo, nos EUA.


Em 1932 «The Woman Patriot Corporation» enviou ao Departamento de Estado dos EUA uma carta denunciando Albert Einstein: «Nem mesmo Stalin está filiado em tantos grupos internacionais anarco-comunistas». É o primeiro documento de um enorme ficheiro organizado pelo FBI contra o famoso físico que apenas seria encerrado com a sua morte. Einstein só fixaria residência nos EUA, fugido do terror nazi, em 1933; em 1940, obteria a cidadania americana.

Nos EUA, o período que vai do final dos anos 40 (início da chamada Guerra Fria) até meados da segunda metade dos anos 50 ficou conhecido pela perseguição sistemática a todas as pessoas ou instituições consideradas «subversivas», em particular as comunistas ou vistas como tal. Muitas pessoas foram chamadas a comissões do senado para testemunhar, tendo-se distinguido nessa «caça às bruxas», pela sua sanha persecutória, o senador Joseph McCarthy.

Einstein foi intensamente vigiado pelo FBI e J. Edgar Hoover teria gostado de o denunciar publicamente, mas isso era muito complicado dado o prestígio internacional do físico. Este, que sempre tinha apoiado os direitos humanos e o pacifismo, nos últimos anos da sua vida dedicou-se a lutar activamente contra o macartismo. Muitas pessoas perseguidas procuraram o cientista simplesmente batendo-lhe à porta de casa. Einstein recebia-as informalmente e elas, nervosas de início, rapidamente se sentiam confortáveis e à vontade. Pode sentir-se um pouco desse ambiente de confiança quando se vê uma fotografia do cientista com William Frauenglass, professor de liceu em Nova Iorque, e esposa, tirada pelo filho de ambos.

William Frauenglass foi chamado a depor em 1953 e recusou. Para tentar evitar ser demitido por esse facto, escreveu a Einstein pedindo-lhe apoio. Este respondeu-lhe em carta datada de 16 de Maio [THP] que foi publicada na primeira página do «New York Times» de 12 de Junho:

«O problema com o qual os intelectuais deste país estão confrontados é muito sério. Os políticos reaccionários conseguiram instilar no público a suspeição sobre todas as actividades intelectuais agitando um perigo vindo do estrangeiro. Tendo sido bem sucedidos, pretendem agora suprimir a liberdade de ensinar e privar dos seus postos de trabalho todos aqueles que se mostrem insubmissos, i.e., matá-los à fome.
O que deve fazer a minoria de intelectuais contra este mal? Francamente, eu só vejo a maneira revolucionária da não cooperação no sentido de Gandhi. Todo o intelectual que seja chamado perante uma das comissões deve recusar-se a depor, i.e., tem que estar preparado para ser preso e ficar arruinado economicamente, o que significa o sacrifício do seu bem-estar pessoal no interesse do bem-estar cultural deste país.
[Todavia] esta recusa a depor [não] deve ser baseada [no conhecido subterfúgio de invocar a Quinta Emenda contra uma possível auto-incriminação mas] na posição de que é vergonhoso para um inocente cidadão submeter-se a tal inquisição e que esta espécie de inquisição viola o espírito da constituição. Se muitas pessoas estiverem dispostas a dar este passo, serão bem sucedidas. Caso contrário, os intelectuais deste país nada melhor merecem do que a escravatura que lhes é destinada.»

Entre parêntesis rectos, uma parte não incluída no jornal, a pedido de Frauenglass a que Einstein acedeu, facto de que o físico se arrependeu mais tarde. Einstein defendia que alguém que fosse chamado a depor perante uma comissão do Congresso devia invocar a primeira emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de opinião e associação. Segundo ele, era errado invocar a quinta emenda, que confere a prerrogativa de uma pessoa não se auto-incriminar, porque tal seria admitir que o exercício de um direito (ser membro de um partido, por exemplo) pudesse ser incriminatório.

Ainda nesse ano, Al Shadowitz, também físico, outra testemunha que se recusou a responder, invocando a primeira emenda, alegou que estava a seguir o conselho do Professor Einstein.

Corliss Lamont, um filósofo socialista, que foi chamado a depor, também em 1953, negou ser – ou de alguma vez ter sido – comunista e invocou a primeira emenda para não fazer mais declarações. Enviou esse depoimento a Einstein. Este respondeu-lhe em carta datada de 2 de Janeiro de 1954 [TG] em que é bastante explícito sobre a sua posição:

«Agradeço-lhe ter-me enviado o seu excelente depoimento o qual, evidentemente, eu já tinha visto. Através da sua atitude, prestou ao país um importante serviço. Há um ponto no seu depoimento que lamentei. É a sua declaração de que nunca foi membro do Partido Comunista. A condição de membro de um partido é uma coisa da qual nenhum cidadão tem qualquer obrigação de prestar contas.»

A correspondência entre Einstein e Lamont continuou (algumas cartas estão na rede) e é através dela que se conhece o texto completo da carta a Frauenglass publicada no New York Times, porque o físico lhe enviou uma cópia.

No seu livro sobre Einstein e o FBI, Fred Jerome faz o seguinte justo comentário:

«É difícil enfatizar o impacto electrificante do desafio de Einstein no ânimo de jovens professores e cientistas, entre outros, face à terrível escolha:   o posto de trabalho ou a auto-estima. Einstein tinha publicamente desafiado, por duas vezes [casos Frauenglass e Al Shadowitz] em seis meses, os investigadores do Congresso.» [FJ]

Monteiro foi sempre um insubmisso – cientificamente, socialmente e politicamente – e tinha uma perspectiva ética próxima da de Einstein. O dilema com que Monteiro se confrontou, tanto em Portugal como, mais tarde, no Brasil, foi o de escolher entre «morrer à fome» e emigrar, uma vez que nunca quis abdicar das suas convicções.

https://resistir.info/portugal/j_rezende_a_monteiro.html

Novembro/2016

Na Turquia tal como na Madeira o povo quer mais do mesmo (a caça ao voto com o caciquismo mais oportunista já começou)

 


O segurança do Calado, sempre de olho vivo. Não vá alguém fazer mal ao seu chefe
Até o Fernando Mendes veio dar uma ajudinha, depois de principescamente pago
As meninas lacaias entachadas nas casas do povo
Os miras são um manancial de votos para o PSD
O pardalão do Calado a fazer-se religioso e muito piedoso mas sempre com o segurança por perto

O sr.  Bispo "bacalhau à braz" é um forte apoio ao partido do governo é a maior garantia para a viloada votar sempre nos mesmos mamões


Olha o pardalão "amigo" dos pobrezinhos


Afinal o Bloco tal como o PS não querem revolução nenhuma diz João Naldinho em sua coluna de opinião

 Ele afirma que Catarina Martins saiu da liderança do Bloco sem processos judiciais dos tribunais fascistas atrelados à sua pessoa. Coisa rara nestes tempos, lá disse ele.

 O Bloco de Esquerda é um pequeno partido do espectro politico português que nasceu 25 anos após o 25 de Abril de 1974. Herdeiro de uma série de pequenos partidos sem expressão parlamentar, com exceção da UDP. Uma formação partidária que se assume como uma esquerda não estalinista, em contraponto com o PCP, cuja ligação à ex União Soviética ainda hoje está latente nalgumas formas de pensar e atuar. De certa forma o BE é o que resulta no eleitorado à esquerda, dos que não se revêm no comunismo, e os que por várias formas se sentem defraudados com os ziguezagues do Partido Socialista. Eu até diria que em 2015 o BE recolheu milhares de votos de antigos eleitores do PSD frustrados e zangados com a governação da PàF, cuja fatura ainda hoje estão a pagar.

Diríamos que o BE é uma espécie de “união das freguesias não comunistas”, num território à esquerda dominado pelos socialistas, mas que ao mesmo tempo estão nos antípodas da direita portuguesa. Podemos inferir sem grandes dúvidas que o reduto é pequeno. Mas é nesse reduto que este partido se move, com todos os condicionalismos que daí advêm, de ser um partido urbano, sem apetência pela governação dos destinos do país e, ligado a uma certa elite intelectual. Essas fragilidades fazem do BE uma flor de estufa. Mas goste-se ou não é a sua forma de estar na política, daí ter um eleitorado muito volátil, sempre disposto a ir apagar outros fogos, numa altura em que a direita se torna numa ameaça eleitoral, como aconteceu nas pretéritas eleições legislativas. Nem de haver grandes revoluções internas quando nas mesmas passaram de 19 para 5 deputados.

Catarina Martins entrou no BE como independente. Foi eleita deputada, numa altura em que os bloquistas alcançaram o seu melhor resultado até aí, 16 deputados, com a liderança de Francisco Louçã. O BE cresceu com ela e, já agora, com João Semedo, ultrapassando a dezena e meia de deputados, ombreando com o velho CDS que estivera várias vezes no governo, em coligação com o PSD.

Ao contrário do PCP que desde o fim do PREC tem vindo paulatinamente a perder representatividade eleitoral, o BE foi crescendo, alimentado por essa ideia muito velha, mas sempre recorrente, de que se pode defender a luta de classes e uma maior e justa redistribuição da riqueza, sem fazer uma revolução social armada, destruindo a economia capitalista pela base, para daí emergir uma economia planificada, à moda dos velhos tempos da URSS, modelo que se demonstrou falir por completo.

Catarina Martins sai com o que de melhor e pior aconteceu ao BE. Mas esta é a vida de quem anda nas lides partidárias. O importante é sair-se de consciência tranquila e com a sensação do dever cumprido. E, já agora, sem um rol de processos judicias amarrados à sua pessoa. Coisa rara nos dias de hoje.

https://duaslinhas.pt/2023/05/catarina-martins-foi-se-embora/?fbclid=IwAR0D0HQFFkDvoCH3yfJZ3Tjl_UPTdeitu9eDKEzFN7PKnRT6FIEZIO0YHAo

domingo, 28 de maio de 2023

Personagens da Madeira Nova do regime Papadé!

 


 No tempo do fascismo a igreja e suas procissões desempenhavam um importante papel para domesticar os vilões e torná-los submissos ao regime salazarista.