Apoio crescente a Lula da Silva a poucos dias da decisão

 

É já no domingo a segunda volta das eleições presidenciais no Brasil, com Lula da Silva à frente nas sondagens, a somar apoios em diversas áreas políticas e sociais e a percorrer o país em grandes acções de massas.

A Caravana Brasil da Esperança continua a trazer para as ruas do Brasil muitos milhares de pessoas, em apoio à eleição de Lula da Silva no próximo domingo, 30. Em cada cidade por onde passa, o candidato da coligação «Brasil da Esperança» tem à sua espera uma verdadeira multidão: foi assim em Porto Alegre, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais Mesmo quando não conta com a presença do candidato, a campanha tem tido uma forte expressão de rua. No dia 19, por exemplo, milhares encheram as ruas de Brasília numa imensa marcha que contou com a presença da ex-candidata Simone Tebet, que assinalou a sua presença nas redes sociais: «Ao lado de pessoas comprometidas com o Brasil, reforçamos nosso compromisso com a democracia e com o nosso país.» Também em São Paulo, onde Fernando Haddad concorre ao governo do Estado, se têm realizado grandes acções de rua. Entretanto, continuam a somar-se as expressões de apoio à candidatura de Lula da Silva, oriundas de diferentes sectores. Num recente espectáculo da digressão Que tal um samba?, Chico Buarque e Mônica Salmaso empunharam um cartaz eleitoral de Lula da Silva com a fotografia do candidato, o número 13 da sua candidatura e a frase «Pro Brasil voltar a sorrir». Já o presidente da filial de São Paulo da Central do s Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Renê Vicente, realçou a integração no plano de governo de Lula da Silva das propostas aprovadas na 3.ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, realizada já este ano. Entre elas contam-se a valorização do salário mínimo, a garantia de um rendimento básico, políticas activas de criação de emprego e ampliação de rendimentos e uma reforma laboral que reforce os direitos dos trabalhadores. O sindicalista valorizou ainda que o programa preveja o «resgate do papel do Estado como agente indutor da economia», destacando os sectores estratégicos (petroquímco, fertilizantes, saúde) e defendendo um papel mais central para os bancos públicos. No que respeita aos direitos dos trabalhadores, o dirigente da CTB aponta à revogação «completa» da reforma aprovada por Michel Temer.

Defender a verdade e a democracia

 Numa campanha eleitoral muito marcada pelas tentativas de manipulação dos sentimentos religiosos do povo brasileiro em favor da candidatura de Jair Bolsonaro, Lula da Silva reafirmou o seu apego à liberdade de culto, comprovado aliás pela prática de dois mandatos como Presidente da República. No dia 19, recebeu em São Paulo líderes evangélicos, revelou o conteúdo de uma carta dirigida ao eleitorado que professa essa religião cristã. Nela, refuta a desinformação, a disseminação de notícias falsas e o que considera ser o «pânico moral» criado pelo seu adversário sobre a sua campanha. Presentes no encontro estiveram senadores e deputados evangélicos que apoiam Lula da Silva. Alguns denunciaram perseguições por parte de sectores de extrema-direita e valorizaram o compromisso da candidatura com um Estado laico respeitador da diversidade religiosa. Dois dias antes, o candidato esteve reunido com 200 activistas católicos e denunciou os ataques que alguns padres têm sofrido por falarem «da fome, da pobreza, da democracia». As pessoas mais pobres do país, afirmou o candidato, querem «morar, trabalhar, comer, estudar, ter acesso a cultura», direitos consagrados na Constituição e coerentes com a Bíblia. Alguns dos religiosos presentes integram o movimento «Padres contra o Fascismo». Juristas, profissionais e estudantes de Direito lançaram um manifesto de apoio à candidatura de Lula da Silva, que conta com milhares de assinaturas, entre as quais se contam as de antigos juízes do Supremo Tribunal Federal: «Votar em Lula, neste momento, é defender o Estado Democrático de Direito», assume-se no texto.

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