Oppenheimer defendeu controle de armas depois de Hiroshima

 

 O recente lançamento do filme Oppenheimer renovou a curiosidade sobre a história do físico teórico americano Julius Robert Oppenheimer (1904- 1967) e o seu papel na criação da bomba atômica. O longa, dirigido por Christopher Nolan, aborda aspectos da vida pessoal do cientista e seu trabalho para o governo americano durante a Segunda Guerra Mundial. Oppenheimer (vivido no filme por Cillian Murphy) liderou o Projeto Manhattan, responsável por desenvolver as primeiras armas nucleares, e ficou mundialmente conhecido como “o pai da bomba atômica”. Filho de imigrantes judeus de origem alemã que fizeram fortuna no setor têxtil nos EUA, Oppenheimer nasceu em Nova York e estudou Química na Universidade de Harvard. Depois, seguiu para a Europa, onde continuou seus estudos na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e no Instituto de Física Teórica da Universidade de Gôttingen, na Alemanha. De volta aos EUA, tornou-se professor em Harvard e, um pouco mais tarde, no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e na Universidade da Califórnia em Berkeley. Com o início da Segunda Guerra, financiou a saída de físicos da Alemanha nazista, apoiou movimentos contra o fascismo e contribuiu com o partido comunista. Ele se relacionou com uma ex-integrante do partido, a bióloga alemã Katherine Puening, com quem teve dois filhos. Oppenheimer lamentou que a bomba não tenha ficado pronta a tempo de bombardear os alemães e apoiou o bombardeio à cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, matando, instantaneamente, 80 mil pessoas. Estima-se que danos posteriores da radiação tenham causado a morte de até 60 mil. Três dias depois, os EUA lançaram uma segunda bomba sobre a cidade de Nagasaki, matando outras 35 mil pessoas, desta vez já sem o apoio do físico. O Japão era aliado da Alemanha. Oppenheimer logo demonstrou arrependimento por sua participação na criação da bomba, tornando-se defensor do controle internacional de armas nucleares. Ele defendia o uso civil da energia nuclear. O físico morreu em 1967, vítima de câncer de garganta.

3. Adolf Hitler estava mais interessado em míssil balístico do que em desenvolver a bomba