quarta-feira, 5 de julho de 2023

O sapo que queria ser boi

 Estranho os aplausos da bancada parlamentar social democrata e dos Secretários Regionais. Aplaudiram o silêncio pelo trabalho do Governo Regional e do seu Presidente ?

Tenho vergonha de a Região Autónoma da Madeira ter um presidente da Assembleia Legislativa que se recusa a pronunciar o nome do Governo Regional, e do seu Presidente, no dia da Autonomia. Não aceita elogiar praticamente 50 anos de governação própria.

A cerimónia parlamentar do dia 1 de Julho é, a todos os títulos, lamentável no discurso do seu principal anfitrião. A hipocrisia no auge do protocolo e dos festejos. Inaceitável, um presidente da maioria política em vésperas de eleições regionais, não citar por uma única vez, uma que fosse, o Governo Regional ou o seu Presidente. Uma manifestação de desprezo, por quem chegou à presidência da Assembleia Legislativa por força de chantagem pessoal, que foi incapaz de relevar 47 anos de Autonomia com desenvolvimento como nunca antes na História da Madeira.

A última oportunidade nesta legislatura para o elogio ! Daqui em diante, tudo o que for dito, é mera campanha eleitoral.

Estranho os aplausos da bancada social democrata e dos membros do Governo Regional presentes, com excepção, óbvia, de um único que não aplaudiu. O mais ofendido, naturalmente.

Aplaudiram exactamente o quê ? O desprezo e silêncio pelo trabalho do Governo Regional e pela epopeia que o PSD realizou nestas quase cinco décadas de Autonomia, os quatro últimos anos na companhia do CDS ? Aplaudem por tudo e por nada ? Lamentável !

Tem, José Manuel Rodrigues, vergonha de enunciar as palavras “governo regional” e “presidente do governo regional” ? Jurou não fazê-lo ?

Teve a suprema lata de nomear diversas personalidades, sem dúvida, marcantes da vida da Madeira, umas falecidas e outras em plena actividade, e não referiu Miguel Albuquerque. Tem explicação ou ainda tem dúvida ? Referiu Alberto João Jardim quando construiu toda a sua carreira política ofendendo o ex-presidente, denegrindo o seu trabalho e falseando a maioria das suas acusações. Vide os processos judiciais por difamação de Jardim contra Rodrigues. Não tenho pachorra, até porque é trabalho jornalístico que nenhum seu ex-colega parece querer fazer, de ir aos diários da Assembleia recuperar toda a sua verborreia sobre Alberto João Jardim e os seus governos, onde em alguns estive incluído.

Rodrigues construiu a sua carreira política na maledicência e, agora, pretende segurá-la com discurso balofo e oco para ignorante ouvir e agradar a toda a oposição de esquerda. Objectivo: agradar a todos mesmo que ofenda e ignore os seus.

A semana já tinha começado aziaga. A Câmara Municipal de Porto Santo convidou, mal na minha opinião, para presidir e encerrar a sessão solene do dia do município, o presidente da Assembleia Legislativa. As câmaras da oposição, para tirarem a presidência ao Governo Regional, convidam o Representante da República e, as câmaras do PSD, vá lá entender-se a razão, convidam o presidente da Assembleia o que acaba por ter o mesmo efeito: passam o presidente do governo para número dois.

José Manuel Rodrigues não se fez rogado e, deixando as salas do edifício da Assembleia no Funchal entregue ao uso por privados - o novo salão de eventos da Madeira - abalou para Porto Santo convicto do papelão que lá ia fazer. Vinha do Brasil e preparava-se para viajar ao Vaticano. Quer falar e aparecer sem contenção mesmo sobrepondo e procurando ofuscar o presidente do Governo Regional. Um presidente do Parlamento social-democrata não criaria, como nunca o fizeram os anteriores, o desconforto político que esta criatura não mede. É obcecado no desrespeito pelo presidente do Governo Regional e no não reconhecimento pelo extraordinário trabalho feito pelos governos do partido que o pôs no lugar: o PSD.

Então, para fechar a cerimónia municipal dispara que “o desenvolvimento de Porto Santo implica mais investimento e mais aposta no melhoramento dos seus pontos de atractividade”. Insiste que “estas necessidades impõem outros meios financeiros de que a Câmara não dispõe”. Entre outras. Reivindicações tipo presidente de clube de futebol. Com o presidente do Governo Regional a seu lado, e dois outros secretários regionais, nem uma palavra de solidariedade e registo por tudo o que este Governo Regional, como os anteriores, fizeram pela Ilha Dourada. E continuam fazendo. Uma vergonha indesculpável de quem, sendo de outro partido que nada fez pelo Porto Santo, pela Autonomia e desenvolvimento, esconde que faz parte de uma coligação.

Os partidos da oposição, oradores na sessão solene, pareciam meninos da catequese comparados com o opositor centrista José Manuel Rodrigues.


https://www.dnoticias.pt/2023/7/4/366834-o-sapo-que-queria-ser-boi/


5 comentários:

  1. O Trancada Gomes vai voltar à Assembleia como presidente ou o afilhado do padre Oliveirinha Cunha e Silva?

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  2. Este Sousa acha-se a melhor bolacha do pacote e o melhor da Madeira e arredores mas esquece-se que se não fosse o CDS a deitar a mão ao PPD este estaria na oposição este tempo todo. Se isso tivesse acontecido passava-lhe num instante a sua soberba e arrogância...

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  3. Resumindo, o JMR é um tonto beato e chantagista, o pavão não tem votos e acha que pode estar lá em cima. O tonto do Albuquerque já lhe pagou os favores, agora que o mande para a sarjeta novamente.

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