António Costa planeia tirar o poder aos bastonários das Ordens impedindo-os de conceder ou retirar as carteiras profissionais dos seus associados, para que não surjam chantagens como esta do Carlos Cortes.
Bastonário da Ordem dos Médicos pede intervenção disciplinar no caso da morte de jovem assistida em Portimão
Carlos Cortes remeteu os elementos divulgados pelo Expresso na última edição para as instâncias disciplinares. Representante dos médicos quer que seja esclarecido o que aconteceu e se há responsabilidade clínica, nomeadamente da médica interna que ‘assinou’ a observação da vítima de esfaqueamento pelo ex-namorado. Diana Pereira diz que avaliação clínica da jovem vítima não foi feita só por si, mas por outros médicos As instâncias disciplinares da Ordem dos Médicos vão analisar a assistência dada na urgência do Hospital de Portimão à jovem golpeada no pescoço pelo ex-namorado e que viria a morrer após um agravamento do quadro clínico. O caso remonta a junho passado e envolveu a médica interna de cirurgia geral que dois meses antes tinha acusado de mais de uma dezena de casos de má prática o diretor do serviço, como “conivente”, e o orientador da sua especialização no Hospital de Faro.
O caso foi avançado pelo Expresso na passada edição e teve resposta imediata do bastonário da Ordem dos Médicos. Carlos Cortes explica que “logo no dia, ou no seguinte" ao da publicação da notícia, enviou os elementos para o Conselho Disciplinar Regional do Sul, para "analisar” o processo. E acrescenta: “A médica pertence à secção Norte, mas os factos ocorrem no Sul.”
Em causa está a assistência prestada à jovem no dia 15 de junho em Portimão e à alta para o domicílio. A vítima acabaria por ser readmitida no dia 22 com um desfecho fatal, já num hospital em Lisboa. Interna de cirurgia geral, Diana Pereira consta nos registos hospitalares como a médica de cirurgia geral que avaliou o esfaqueamento da jovem a pedido do clínico geral, sem especialidade, que a recebeu nas urgências e que pediu ajuda à equipa cirúrgica dada a natureza do caso clínico.
Nos registos da vítima, Diana Pereira consta como a responsável pela alta da cirurgia geral, ao referir “sem cuidados adicionais por parte da cirurgia geral”. Ou seja, dando indicação aos colegas de serviço nas urgências que a situação estava, por ali, resolvida.
Ao Expresso, Diana Pereira afirmou esta segunda-feira que é o seu nome que consta, enquanto elemento da cirurgia geral, quase por mero acaso. Calhou ser ela a fazer o registo clínico, tarefa dividida entre os elementos da equipa.
“Não observei a jovem sozinha, estava com outra interna, de outro ano, e com uma especialista. Só escrevi, só fiz o registo no sistema.” Perante o desfecho fatal do caso e das denúncias feitas ao Expresso de erro no diagnóstico, a médica faz um desabafo: “A única coisa incorreta que fiz, foi não escrever no registo que o fiz com outros elementos.” (expresso)
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