quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Falta de liberdade em Angola. Luaty Beirão é preso em directo

 


Ativista Luaty Beirão recebe ordem de detenção durante direto online

O ativista Luaty Beirão recebeu uma ordem de detenção pela polícia quando estava a transmitir um direto para o Facebook. Foi libertado horas depois e falou em "comportamento reiterado de selvajaria".

O ativista angolano Luaty Beirão recebeu esta quarta-feira ordem de detenção pela polícia quando transmitia em direto a caminhada para uma das manifestações em Luanda, no dia em que se assinalam os 45 anos da independência do país. Beirão foi libertado algumas horas depois e falou de um “comportamento reiterado de selvajaria” por parte da polícia angolana e do “ressuscitar de ordem superior”. (ver fonte)
«"Não faça isso? Ó senhora, deixe as pessoas reclamarem, queremos que os filhos cresçam num país melhor, neste país a culpa é da vítima, sempre", respondeu o ativista, que inicia o vídeo relatando um suposto roubo de uma câmara GoPro por parte das forças policiais.

Mostrando uma atenção frequente ao distanciamento social, pedindo várias vezes aos companheiros para se afastarem, Luaty lembrou que o Presidente angolano, "João Lourenço, inaugurou um hotel, mas aí já não é ajuntamento, só há ajuntamentos é na rua".

Numa caminhada em que várias vezes apareceram polícias por perto, mas sem interagirem, Luaty vai conversando com a câmara e criticando a atuação policial em Luanda.

"O país não tem dono, as ruas não têm dono, a gente quis acreditar que havia alguns espaços a serem dados, e há alguns espaços a serem dados, não pode é haver aceitação que esses espaços sejam retirados, esses recuos é que não podem ser tolerados, porque se recuas um passo, eles vão querer que recues 10, e depois quando te meterem o pé na garganta, podes-te queixar que 'I can't breathe', o resultado é George Floyd", disse, numa referência ao afro-americano que morreu nos Estados Unidos quando foi violentamente detido pela polícia na rua.

"O que já se conquistou não se retira, senhor Presidente, senhor Procurador-Geral da República, senhor comandante, Angola não é vossa, não é minha nem das pessoas que aqui estão comigo, é de todos", acrescentou.» (Expresso)


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