sábado, 12 de setembro de 2020

Casa mal assombrada no Porto Santo que ninguém quer comprar

 Ninguém quer comprar esta casa na vila baleira Porto Santo. 

Pertencia ao empresário José Gabriel Libano Martins, que assassinou o dono da bomba de gasolina do Porto Santo em 2009, Gabriel Alves, por alegadas dívidas. 
A motivação deste crime leva-mos a concluir que o assassino além de cometer um crime foi um justiceiro vítima das circunstâncias. 
 Nos anos da febre da construção civil na Madeira (anos 90 e os dez primeiros anos do séc. XXI) vivia-se num mundo cão, onde os  empresários caiam na ganância sem limites e enganavam-se uns aos outros e depois para ajudar eram quase sempre penhorados pelas finanças. 
 Não esquecer que as repartições de finanças da Madeira são todas capitaneadas por caciques do regime que ganham salários elevados e que são na sua maioria ladrões de colarinho branco, protegidos pelos juízes dos tribunais,  também quase todos eles ao serviço da canalha do PSD/Flama.
A corrida ao «ouro» da construção civil, enriqueceu muitos empresários ligados ao PSD e destruiu todos aqueles que não tinham amigos no regime. Este é um caso típico, que acabou mal.


Homicida e sua vítima
Líbano Martins viveu seis anos no Brasil, onde montou vários negócios. Deve ser extraditado em brevePolicia Federal BrasileiraROSA RAMOS24/07/2015 15:16Líbano Martins andou seis anos fugido. Foi condenado a 25 anos de cadeia.

O crime foi planeado, mas tinha tudo para correr mal. Quando Líbano Martins decidiu vingar-se de um empresário da ilha do Porto Santo, na Madeira, contratou três homens para o ajudar. Em Maio de 2009, prometeu 50 mil euros a Marco Paulo, Lino e José, empregados na construção civil, para “limparem” Guilherme Alves. 

O pagamento aconteceria depois de o “serviço” estar feito e Marco Paulo ficou incumbido da primeira tarefa: comprar uma arma. Líbano Martins – conhecido no Funchal só por “Martins” – entregou-lhe 200 euros, mas Marco gastou o dinheiro em droga e não chegou a comprar a arma. Duas semanas depois, aparecia num barranco perto do Cabo Girão espancado, com um tiro na cabeça e outro no abdómen. Mas sobreviveu. 

Com a Polícia Judiciária (PJ) a investigar a tentativa de homicídio, Líbano Martins não desistiu do plano de “eliminar” o empresário do Porto Santo, com quem teria tido desentendimentos relacionados com dívidas. E, dois meses e meio depois, em Julho de 2009, criou uma armadilha para atrair Guilherme Alves à ilha da Madeira, com a ajuda de José e de um irmão deste, Valdir. Coube a José telefonar ao empresário, fazendo-se passar por um investidor espanhol interessado em construir um empreendimento relacionado com Cristiano Ronaldo no Porto Santo.  
 
Atraído pela oportunidade negócio, Guilherme Alves, com 78 anos, voou do Porto Santo ao Funchal e foi recebido no aeroporto por José – que o levou, de carro, para um estaleiro na Achadinha, nos arredores da Camacha. Valdir já lá estava e Líbano foi lá ter. Amarraram o empresário, arrastaram-no para dentro de um armazém, puseram-lhe fita adesiva na boca, cortaram-lhe a roupa, tiraram-lhe o telemóvel e telefonaram a um genro. Numa primeira chamada, às 18h12, anunciaram o rapto do sogro e pediram um resgate de 500 mil euros. O contacto foi repetido, segundo se lê no acórdão do Tribunal de Santa Cruz a que o i teve acesso, às 18h14, às 18h18 e às 18h20. Na última chamada, José avisou o genro: “Ou arranjas o dinheiro ou o próximo és tu”.      

O resgate não  foi pago e o trio decidiu matar o empresário. Começaram por lhe dar três pancadas na cabeça com um barrote de madeira e atiraram-no para dentro de um poço com sete metros de profundidade com um lancil de cimento amarrado à cintura.  

Ainda nessa noite, os inspectores da PJlocalizavam Guilherme Alves através do sinal do telemóvel e vigiaram o estaleiro – de onde ainda viram sair o trio, por volta das 21h30. Só depois entraram no armazém, mas não encontraram nada de anormal, só o chão molhado. José, Líbano e Valdir foram detidos de madrugada, mas como não tinha sido encontrado o cadáver e negaram o homicídio, foram libertados, ainda que constituídos arguidos. No dia seguinte, nas cassetes da videovigilância do aeroporto do Funchal, a PJ viu Guilherme Alves a entrar num carro com José – que acabou levar os inspectores ao poço onde estava o corpo. Nessa altura, já o cabecilha do grupo, Líbano Martins, tinha fugido para o Brasil.     

O caso foi julgado no Tribunal de Santa Cruz sem que estivesse presente – apesar de ter enviado um representante para o defender – e, em Março de 2011, foi condenado 25 anos de prisão por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, rapto e profanação de cadáver. Quanto a Lino, apanhou oito anos por ter tentado matar Marco Paulo. E José e o irmão, Valdir, também apanharam a pena máxima. 

Há duas semanas, a Polícia Federal do Brasil anunciou a detenção de Líbano Martins, procurado pela Interpol nos últimos seis anos, em São João da Baliza, uma vila do estado menos populoso do Brasil, Roraima. Nos últimos seis anos, contam as autoridades, passou por vários estados brasileiros, abriu um negócio agrícola e investiu na compra e venda de casas e carros. Agora aguarda extradição para Portugal, para cumprir os 25 anos de cadeia. (jornal I)

[O Correio da Manhã desfocou a lápide para esconder o nome dos devedores à empresa de Libano Martins]
J
osé Gabriel Líbano Martins – suspeito de ser o mandante e um dos autores materiais do rapto e homicídio do empresário madeirense Guilherme Bernardino Alves – tinha uma lista de alvos a sequestrar: as pessoas e entidades que o empresário da construção civil considerava responsáveis pela falência da Sociedade de Construções Erucasa, Lda. E, em jeito de ameaça, publicou-a numa página do Hi5 na internet.




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