Neste dia, a 7 de Dezembro de 1936, nasceu José Carlos Ary dos Santos, poeta e declamador popular português, revolucionário de abril e militante do Partido Comunista Português. Foi autor de 4 canções vencedoras do Festival da Canção e de centenas de poemas e livros, dedicados a diversos temas, da revolução ao erotismo subversivo.
Sempre rebelde e desafiador, chocou a sociedade portuguesa ao afirmar em televisão nacional que era gay, numa época (pré revolução) em que homens e mulheres eram presxs por terem relações homossexuais. Colaborou com grandes nomes da música popular portuguesa, como Fernando Torno, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues e Natália Correia. Durante o período revolucionário português, tornou-se um ativo dinamizador cultural da esquerda, percorrendo o país de norte a sul, escrevendo e declamando sobre a revolução. Homem excêntrico e com uma personalidade forte, viria a falecer em 1984, de cancro.
"Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
Não havia estado novo
nos poemas de Camões!" - As Portas que Abril abriu (1975)
Legenda da 4ª foto: Ary dos Santos com Fernando Tordo em 1976
Vararam-te no corpo e não na força e não importa o nome de quem eras naquela tarde foste apenas corça indefesa morrendo às mãos das feras. Mas feras é demais. Apenas hienas tão pútridas tão fétidas tão cães que na sombra farejam as algemas do nome agora morto que tu tens. Morreste às mãos da tarde mas foi cedo. Morreste porque não às mãos do medo que a todos pôs calados e cativos. Por essa tarde havemos de vingar-te por essa morte havemos de cantar-te: Para nós não há mortos. Só há vivos.
Vararam-te no corpo e não na força e não importa o nome de quem eras naquela tarde foste apenas corça indefesa morrendo às mãos das feras. Mas feras é demais. Apenas hienas tão pútridas tão fétidas tão cães que na sombra farejam as algemas do nome agora morto que tu tens. Morreste às mãos da tarde mas foi cedo. Morreste porque não às mãos do medo que a todos pôs calados e cativos. Por essa tarde havemos de vingar-te por essa morte havemos de cantar-te: Para nós não há mortos. Só há vivos.
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