O homem da bicicleta e Galamba
O ministro estava em Singapura
quando lhe dizem de cá que Frederico (homem que usa bicicleta e adjunto do ministro para o dossiê
TAP) tomava notas no PC de serviço que lhe estava distribuído. Nomeadamente notas dos “exercícios
de aquecimento” da ex-CEO da
TAP, Madame Christine para a audição na comissão de inquérito sobre a empresa. Mesmo antes de a
comissão entrar em funcionamento, supõe-se, porque há uma alusão
pública a uma reunião em 17 de Janeiro. Com ele fora, por alturas do
“25 de Abril”, dizem de cá ao ministro que, afinal, o Frederico tinha
mais notas. Galamba, sustenta Frederico, ameaça-o com “uns murros” (ao telefone?) e exonera-o
(pelo telefone?). Frederico volta ao
ministério para ir buscar o PC e retirar do aparelho coisas pessoais, fez
constar. Segundo quatro adjuntas
então presentes, Frederico quis
agredi-las porque não lhe davam o
PC. E tiveram de se fechar no WC.
Mas Frederico reclama ter chamado a PSP para poder pegar na bicicleta e sair dali. Teria até arremessado a bicicleta para cima da entrada do ministério. O SIS, o serviço de
informações nacional, por causa do
PC, acabou convocado (pelo primeiro-ministro, o único que o podia fazer?). E Galamba informou no sábado o país que o PC repousa
num cofre do CEGER, o organismo
responsável pela segurança geral
das informações estatais. Parece
que a PJ também interveio, e não
se sabe se algum ramo das Forças
Armadas. Galamba espremeu-se,
numa conferência de imprensa insegura e em mau português, para
explicar esta trapalhada de Abril
sem nunca falar de Janeiro. Ou
seja, entre Galamba e o homem da
bicicleta corre-se, já se percebeu, a
distância entre verdade e mentira,
entre meias verdades e meias
mentiras. Uma coisa, todavia, é
certa. Desde 2015, Costa depositou
o dossiê TAP em péssimas mãos governamentais. Já custaram um ministro, um secretário de Estado,
um deputado PS na comissão e uns
bons milhões públicos. O fait divers do adjunto com certeza esconde o fundamental. A saber, o disparate político de Costa em nomear
João Galamba. O homem da bicicleta só interessa a esta história por
isto. Galamba, uma estrela com
bom aspecto, que ascendia prometedoramente no firmamento socratista, por blogues e televisões,
acaba deputado em 2009. Com
Costa, vai a porta-voz do PS, mas o
seu bom feitio despromove-o. Passa a arengar apenas no Parlamento. A 4 de Janeiro chega a ministro das Infraestruturas. Faz dupla com
Medina para o anúncio do despedimento mediático de Madame
Christine, sem justa causa devidamente fundamentada antes do espectáculo. E chega a este sábado,
com aquele arzinho de pretensa incredulidade, a narrar um episódio
de alegada violência doméstico-governamental, sem pés nem cabeça, desprestigiando ainda mais o
Estado a que isto tudo chegou. Há
catorze anos, num blogue, apelidou-me de “filho da puta” porque
me meti com o pai (Vítor Constâncio) de um amigo dele (que lhe ia
orientar uma “tese” na Nova que
nunca chegou a fazer). Em 2010,
numa entrevista à revista deste jornal, e perguntado por aquilo, insistiu na (minha) “filha de putice”.
Quando eu próprio fui adjunto do
então ministro dos Assuntos Parlamentares, uma vez passou por
mim num corredor da AR, onde estavam sentados jornalistas, e rosnou “palhaço” sabendo que eu
nunca iria reagir ali. Por tudo isto,
entre o homem da bicicleta e Galamba, não hesito. Nunca devia ter
sido nomeado ministro da República porque não possui perfil moral e
político para o efeito. Se o é, e continua a ser, a responsabilidade pertence exclusivamente a António
Costa. Não é dele.
JN (Porto)
Quem é o autor deste ensaio político? Gilinho ou Coelho ?
ResponderEliminarVi agora João Gonçalves. Ministro João Galamba está a enfurecer o Marcelo. Marcelo está a adiar mas qualquer dia vai tomar uma decisão.
ResponderEliminarCada português recebe menos 1500 euros por mês, só para sustentar esta corja política, independentemente do quadrante.
ResponderEliminarInfelizmente isso é verdade!
ResponderEliminarGalamba.....Feitio chulesco tipo pedro sánchez?
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