segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Salazarismo: História e memória


  

Os neossalazaristas andam por aí a dizer que no tempo de Salazar é que era bom. Era bom, sem dúvida, para as sete famílias que dominavam o país, assim como para o grande latifúndio e para os seus servidores: administradores, diretores e outros encarregados ao seu serviço, que sempre comiam algumas migalhas, e para o povo em geral? A miséria. Vejamos os dados estatísticos de 1970: analfabetismo nos 25%; a escolaridade obrigatória estava nos seis anos mas a generalidade do país só tinha escolas até à 4.ª classe; habitação sem água canalizada e casa de banho (75%); sem eletricidade (40%); mortalidade infantil próxima dos 60 por mil; esperança média de vida de 67 anos; uma guerra colonial interminável com muitos mortos e estropiados; uma emigração que deixou o país sem braços; a corrupção generalizada que só não era visível porque a censura não o permitia. Será este regresso ao passado que os Venturas desta direita pretendem? Sei do que falo porque vivi nesse tempo. Com isto só quero lembrar aos neossalazaristas que, enquanto houver memória histórica, o seu tempo não chega! 


Mário Pires Miguel

A vida no bidonville onde Marcelo vai inaugurar um monumento

10.06.2016 08:00 por Joana Carvalho Fernandes26
Construíam-se barracas durante a noite para arrendar no dia seguinte. Chegaram a viver 15 mil pessoas no bairro de lata. Na televisão francesa chamaram-lhe "o enclave português"

Assim vai agora o Portugal do Século XXI


2 comentários:

  1. É ver os EUA na mesma altura. Exactamente na mesma

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  2. Vá lá que o editor do Pravda por vezes tem uns momentos de lucidez e lembra que, apesar dos problemas atuais, já estivemos bem pior. Faltou dizer que no tempo do Salazar não havia eleições (a opinião do povo contava zero), as mulheres eram tratadas como apêndices dos homens (não podiam trabalhar), não havia más notícias (porque a imprensa não era livre), enfim, Portugal era um buraco e a Madeira idem.

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