quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Desilusão amorosa de Rui Manuel Freitas leva-o a pegar fogo a mato na Camacha

JM (foto)

"Amor é fogo que arde sem se ver" lá dizia o nosso maior Luís Vaz Camões




Pegou lume para vingar desaire amoroso


O arguido, que já cumpriu um ano de prisão, alegou estar desapontado com a vida.

Polícia deteve, no Vale Paraíso, 2.º alegado incendiário numa semana ‘negra’Um desaire amoroso terá sido o motivo alegado por Rui Manuel Freitas, o homem com 50 anos que foi detido no início da madrugada de ontem pela Polícia de Segurança Pública, por ser suspeito de ter ateado lume num terreno em mato, próximo da casa onde vive, no Vale Paraíso, freguesia da Camacha.Segundo apurou o DIÁRIO, um irmão e um vizinho do indivíduo aperceberam-se dos seus intentos e logo denunciaram-no às autoridades. Quando os agentes da PSP chegaram ao local encontraram o homem parado, embevecido e aparentemente embriagado a ver tudo à volta a arder.A rápida intervenção dos Bombeiros Municipais de Santa Cruz e as condições atmosféricas mais amenas (vento fraco e temperatura relativamente baixa durante a noite) contribuíram para que o incêndio não assumisse outras proporções. O fogo foi extinto pouco depois. A área ardida não terá ultrapassado os 1.500 m2.O homem de 50 anos estava na posse de um isqueiro com o qual terá ateado o lume, facto que lhe valeu a detenção pela Polícia num processo que desde o primeiro instante foi acompanhado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal.Para tal ‘pesou’ as provas testemunhais - o irmão do suspeito e um vizinho, ambos que alertaram as autoridades e viram as respectivas casas ameaçadas pelo deflagração do fogo - assim como o depoimento do próprio alegado incendiário que não negou ter sido ele o autor do crime.Pelo que o DIÁRIO apurou, o indivíduo, então constituído arguido pela PSP na manhã de ontem, por suspeita de fogo posto, alegou ter agido assim por estar deprimido devido a um amor não correspondido.O homem de 50 anos, divorciado, residente no Caminho da Ribeira Grande, no Vale Paraíso (Camacha), terá admitido às autoridades que queria ver tudo a arder porque estava desanimado com a vida e pretendia vingar-se de um desaire amoroso - o fim de uma relação de namoro que manteve até recentemente com a ex-companheira.Detido em Março de 2012 por pegar lume no mesmo localO arguido, sabe o DIÁRIO, é reincidente na prática deste crime. Em  Março de 2012, num dia marcado por 12 incêndios que não deram tréguas aos bombeiros em seis concelhos da Região, Rui Manuel Freitas tinha sido detido em flagrante delito pela Polícia Florestal precisamente no mesmo local onde fora apanhado ontem ao início da madrugada: no Caminho da Ribeira Grande, sítio do Vale Paraíso (Camacha), próximo de casa.O incêndio  na altura consumiu uma vasta área de eucaliptal e pinhal e pôs em perigo algumas habitações e uma mancha florestal do Parque Natural da Madeira.Em Outubro de 2013, o arguido, então com 47 anos, viria a ser condenado a um ano de prisão efectiva por fogo posto.Dois detidos numa semana em que o ‘inferno’ desceu à terraEste é o segundo indivíduo efectivamente detido pelas autoridades e a ser presente a tribunal para responder por fogo posto no espaço de uma semana, desde que a Madeira foi fustigada por incêndios de grandes proporções.O outro detido foi um jovem de 24 anos, presumível autor do foco de incêndio que deflagrou nas zonas altas de São Roque e que na última terça-feira recebeu ordem de prisão preventiva no Estabelecimento Prisional do Funchal. (diário-assinantes)

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