terça-feira, 23 de agosto de 2016

Matança dos comunistas: Recordando genocidio na Indonésia em 1965

A propósito desta notícia, e de quem a publica, recorde-se que a BBC, tida como órgão de referência, deu como provado a existência do golpe. A notícia espalhou-se por todo o planeta, contribuindo para a neutralização do protesto de amplos sectores da opinião pública mundial. Um milhão de mortos depois a BBC veio reconhecer que tinha sido manipulada. Apresentou desculpas. Mas os homens, mulheres e crianças, vítimas mortais da repressão, já não podiam receber esse acto de contrição.


«Há meio século consumou-se uma das grandes chacinas da História.
A partir de Outubro de 1965, os militares indonésios, com o apoio activo e directo do imperialismo norte-americano, massacraram cerca de um milhão de comunistas, sindicalistas e membros dos poderosos movimentos de massas indonésios.
O genocídio indonésio é um dos mais sangrentos episódios da grande guerra de classes mundial com que o imperialismo procurou conter e derrotar o ascenso do poderoso movimento de libertação nacional e social da segunda metade do Século XX, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo e do prestígio imenso da União Soviética e do movimento comunista internacional. Fonte

O genocídio indonésio de 1965

Há meio século consumou-se uma das grandes chacinas da História. A partir de Outubro de 1965, os militares indonésios, com o apoio activo e directo do imperialismo norte-americano, massacraram cerca de um milhão de comunistas, sindicalistas e membros dos poderosos movimentos de massas indonésios. O genocídio indonésio é um dos mais sangrentos episódios da grande guerra de classes mundial com que o imperialismo procurou conter e derrotar o ascenso do poderoso movimento de libertação nacional e social da segunda metade do Século XX, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo e do prestígio imenso da União Soviética e do movimento comunista internacional. O genocídio indonésio é exemplo gritante de como a barbárie imperialista dos nossos dias não é um fenómeno novo, mas sim uma característica intrínseca e permanente da dominação imperialista. Como afirmou em 1967 o ex-Presidente dos EUA Richard Nixon, «com o seu património de recursos naturais, o mais rico da região, a Indonésia é o maior tesouro no Sudeste asiático»1. Para se assenhorear deste 'tesouro', o imperialismo afogou em sangue o povo indonésio. Dez anos mais tarde, os militares 'pró-ocidentais' indonésios desencadeavam novo genocídio contra o povo de Timor-Leste, mais uma vez em coordenação estreita com o imperialismo norte-americano. (veja mais AQUI)

Os Esquadrões da Morte

Anwar Congo, um dos cabecilhas dos Esquadrões da Morte que actuaram na Indonésia depois do golpe militar contra o Presidente Sukarno, é a estrela deste filme. Este verdugo, responsável, de acordo com as suas palavras, pela tortura e assassinato, com as suas próprias mãos, de mais de mil pessoas, encena perante a câmara os crimes que cometeu, explica como perpetrava as suas agressões e vangloria-se de se ter para isso inspirado em filmes de gângsteres que estreavam no cinema. [VER AQUI]

Os Esquadrões da Morte

Anwar Congo, (em cima na foto a exemplificar como se matava um comunista) um dos cabecilhas dos Esquadrões da Morte que actuaram na Indonésia depois do golpe militar contra o Presidente Sukarno, é a estrela deste filme. Este verdugo, responsável, de acordo com as suas palavras, pela tortura e assassinato, com as suas próprias mãos, de mais de mil pessoas, encena perante a câmara os crimes que cometeu, explica como perpetrava as suas agressões e vangloria-se de se ter para isso inspirado em filmes de gângsteres que estreavam no cinema.
Assassino do grande ecrã, na sua juventude, ele e os seus amigos controlavam o mercado negro dos bilhetes. O exército recrutou-os depois do golpe para os esquadrões da morte porque sabia que odiavam os comunistas (que eram quem mais boicotava os filmes dos EUA, as mais rentáveis nos cinemas) e já haviam demonstrado que eram capazes de qualquer acto de violência. Hoje, quase cinquenta anos depois, Anwar Congo é uma figura venerada na Indonésia.
Fundador de uma poderosíssima organização paramilitar (Juventud de Pancasila), que integra publicamente ministros do Governo, tratada com todas as honras. É a imagem, o símbolo, de um país demente, que aplaude a corrupção e a violência. Um país em que genocidas são convidados de luxo em programas de televisão, onde se alongam sobre os seus projectos cinematográficos e sobre os seus aterradores assassinatos reais. Um país onde boa parte da população continua a viver completamente aterrorizada e que é apoiado pelo resto do planeta. (ver)



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Teoria das etapas

escritora inglesa Carmel Budiardjo
As matanças foram mais monstruosas em Bali. A escritora inglesa Carmel Budiardjo, ex-presa política, conta que na ilha de Bali foram executadas 80 mil pessoas. As pessoas eram dominadas, as mãos amarradas e executadas. Nas aldeias indonésias, jovens foram trucidados, os pênis arrancados e alinhavados em fileiras para depois contar os mortos. Testemunhas relataram ter visto rios com incontáveis corpos boiando sobre as águas, como toras. Os métodos de tortura adotados nos interrogatórios eram os mesmos utilizados no Vietnã, no Cambodja, na Coréia, no Chile, na Argentina, no Brasil e noutros países. 

A ilha de Buru durante muitos anos recebeu milhares de prisioneiros sem alojamento, alimento ou água. Lá morriam. Haru Atmojo, um ex-oficial da aeronáutica, leal a Sukarno, julgado por um tribunal militar especial e condenado à prisão perpétua, hoje vive em Jacarta e conta que passou quinze anos na prisão, em grande parte numa solitária. A primeira cela, nas montanhas geladas de Bandung, conta ele, era tão pequena que não conseguia sequer se deitar. Uma forma de tortura que matava lentamente. Essa prisão foi construída pelos holandeses na época da colonização para encarcerar pessoas pelo prazo de doze dias, antes dos interrogatórios. Atmojo amargou 15 anos nessa prisão e sobreviveu para contar esta e outra histórias de sangue e lágrimas na Indonésia.(fonte)

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