terça-feira, 2 de agosto de 2016

Recordando um dos grandes trabalhos jornalísticos de Luís Calisto.


Delírios da Lusitânia



JARDIM CHAMOU 'MARICAS' AOS TROPAS


35 ANOS ANTES DO QUE DEVIA


Não se ria, Leitor, mas o CEMGFA, general Luís Araújo, condecorou o rei da tabanca pelo seu 'patriotismo' e por ser 'homem de uma só palavra'. A velha Lusitânia ensandeceu de vez.













Os tropeiros modernos, que se fossem à junta nalgum tempo certamente acabariam devolvidos ao pai, por falta de  coluna, condecoraram esta segunda-feira o rei da tabanca madeirense com uma tal medalha militar da Cruz de São Jorge, e de 1.ª classe.
No panegírico perdigotado pelo próprio chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, fica-se a saber que, no ver dos fardetas, o das Angústias é pessoa de 'carisma', 'patriotismo', 'prestígio' e 'pragmatismo'. Mais: "É um verdadeiro líder, homem de honra e de uma só palavra."
Depois de umas boas gargalhadas que nos deixaram esmorecido, comentámos: esta deve ser para a secção humorística do jornal de caserna daqueles brincalhões.

Ora!
Carisma - ele é tão carismático que o povo não consegue beber uma cerveja sem lhe oferecer parte dela, mandando-lhe metade à papada.
Patriotismo - Bom! Solidarizar-se com os 'cubanos' do continente é com ele. O tipo gosta tanto da bandeira nacional que só tem hasteada a da Região na Quinta das Angústias e na cabeça da Pontinha, para não gastar a verde-encarnada. E promete relações privilegiadas com Portugal, quando a Madeira "seguir o seu caminho".
Prestígio - Aqui, calamos a boca. O homem é bem visto lá fora. Em Espanha, nomearam-no "rei do insulto".
Pragmatismo - Outra em que os fardetas têm razão: ele fez obra, enriqueceu os traficantes de betão e deixa à Madeira do futuro uma pragmática dívida que nem daqui a 50 anos estará paga.

Tomemos como piada de cantina os elogios da tropa ao antigo oficial de acção psicológica (destinada a nativos africanos do interior e que nem por lá funcionou).

Diz-se ali que o das Angústias sempre cooperou com os três ramos das FA. Só pode ser ironia. Tanto que maltratou brigadeiros e generais só porque haviam sido nomeados ministros da República! 
Andou sempre à cabeçada com a tropa de Carlos Azeredo. 
Zaragateou com marujos várias vezes, e no Porto Santo ameaçou mandar um deles à água - mas o melhor é perguntarem a Figueiredo Robles pelo espírito de 'cooperação' da criatura.

Verdadeiro líder? Actualmente, já nem de meio PPD!

...Mas a piada mais conseguida no louvor ao régulo das Angústias, que chamava 'lateiros' a tropas que conhecemos, é considerarem-no 'homem de honra e de uma só palavra'. Por acaso, achamos que ele serve de protótipo dos mentirosos compulsivos, não de uma nem duas, mas de muitas palavras.

Podemos dar um exemplo de quão mentiroso é o cavalheiro, como político carreirista que é - um exemplo relacionado com as NT, para perceberem melhor.

Em 1978, ele disse numa daquelas festas que o PPD criou para as bebedeiras de Verão: "Vejo que as Forças Armadas deste País se efeminizaram, as Forças Armadas perderam a masculinidade e Portugal não tem exército, tem é indivíduos com medo."
Mentira pegada. Nessa altura, a tropa não era efeminada. Tanto assim que foi um militar, o coronel Carlos Lacerda, a entrar-lhe gabinete dentro e a esbofeteá-lo, para mostrar que não estava efeminado. E foi outro militar, Ramalho Eanes, que por aquelas declarações alcoolizadas meteu sua excelência em tribunal.

Essa é a primeira mentira do exemplo que queremos deixar.

A segunda é sobre os elogios que ele faz aos tropas, actualmente. Que as tropas são valentes e cumprem o seu papel. Mentira dele. Agora que ele diz o contrário é que as tropas estão efeminadas. Pelo menos alguns 'lateiros' cheios de galões têm-se posto de cócoras à frente do rei da tabanca.

Pancada dás...



EMBUÇADO



É nome de um Fado, cuja letra nos fala de um Rei – Aristocrata – que, querendo penetrar na Alma do Povo, disfarçado, frequentava as tascas para ouvir fado e assim, incógnito, conhecer bem os súbditos.

Em nove sécs de vida, oito vivemo-los em Monarquia. Nesta Europa da Cristandade, Sogros e Sogras, Tios e Tias, Primos e Primas punham e dispunham dos súbditos, impondo-lhes a sua autoridade. Ai o temor que se apossava dos Aristocratas, depois infundido ao Povo, quando não havia sucessor. Tivemos uma situação dessas com o D. Sebastião, o Desejado. 

Corajoso, e num impulso da juventude, pegou em armas e foi Ele próprio defender a Cristandade, em África. Não ligou às opiniões de quem lhe desaconselhava a aventura marroquina. Deixou atrás de si um rasto de desolação. Reza a lenda que voltará em manhã de nevoeiro, talvez para pedir desculpa pela insensatez da juventude.

Apeada a monarquia em 1910, os súbditos ganharam estatuto de cidadãos. Porém, em 1978, numa pequena parcela do Território Nacional, um dos dez milhões de Portugueses, cidadão como os outros, achou que podia ser rei. Começou por criar um séquito. Fê-lo distribuindo generosas prebendas a outros que ficaram seus súbditos. Alcácer Quibir foi o local da desgraça para a Pátria e para o próprio D. Sebastião. Este compatriota especialista em “defesa acústica”, construiu o seu Alcácer Quibir, na RAM.


Vai, sem disfarce, às tascas. Ele, emanação do Povo, conhece-o. Acompanhado pelos servidores, vão eles próprios dar música, explorando a ignorância dos madeirenses que, votando, lhes garantem o poder. O Fim antevia-se trágico, como em Marrocos.

Avisaram-no. Fui um deles. Há 20 anos que, frontalmente, sugeri que mudasse para que, quem nele confiou, votando, não fosse traído. Fui insultado, pelo próprio mais a sua camarilha de anónimos. A tragédia consumou-se. Deixando para trás fome e miséria e mais uns anos de sofrimento que estão na calha para que “cresça o PIB e o desemprego desapareça”.

Qualquer adulto responsável assume os seus erros. Desacobarda-te, faz-te adulto, dá a cara e pede desculpa. Não te escondas por detrás de prosas demagógicas e anónimas. Os ignorantes de há 40 anos já não engolem isto:

Os “quadrados” que assim pensam, vivem na obsessão do equilíbrio das contas públicas, colocando-as no patamar do indiscutível, de algo mais importante do que tudo, como se dar emprego a quem o procura, pão aos que passam fome…. não fossem também alicerces de uma sociedade justa e equilibrada.
Compreende-se que um “manga de alpaca” qualquer, chegue o não, ao lugar de secretário coloque as preocupações debaixo do tapete. A culpa de ter ascendido a tal posto não lhe deve ser atribuída, mas sim aos responsáveis pela escolha.
…O PIB baixa, o desemprego e a pobreza aumentam. Há muita gente… em estado de desespero. Equilibrem as contas,…, mas lembrem-se que é preciso pensar para além do equilíbrio financeiro e do superavit.
Tenham sempre presente, que um dia aqueles que não têm emprego nem perspectivas de vir a tê-lo pode reagir e então não haverá política que resista.
Deixem a política para os políticos.”  

Já pediste desculpa por eu ter sido secretário, pede-a pelos outros erros pois como o “acobardado” afirma “….um dia aqueles que não têm emprego nem perspectivas de vir a tê-lo podem reagir e então não haverá política que resista”. Dando crédito ao acobardado, o político és tu…ou ele. Acertem lá isso entre vós.     

(fénix)

GAUDÊNCIO FIGUEIRA
Anónimo disse...

«O Embuçado regional sempre foi um cobarde. Politica e fisicamente.Politicamente sempre abusou da imunidade para não ir a tribunal, e quando sabia que lhe iam puxar as orelhas no Conselho de Estado, arranjava desculpas esfarrapadas para não lá pôr os pés.Fisicamente só se armava em forte quando tinha os guarda-costas à volta e estava rodeado dum bando de assanhados fanáticos.Quando foi apanhado sozinho pelo Coronel Lacerda, após um insulto às forças armadas em comício já muito regado, levou um par de bofetadas nas fuças, e depois andou a correr à volta de uma mesa para não levar mais.Contou-me o próprio Coronel, que achou a cobardia do Embuçado regional tão miserável que até o deixou em paz. Fez a continência e deixou o Embuçado.»

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