sábado, 11 de fevereiro de 2017
Recordando o poeta José Gomes Ferreira
«Na noite de 8 de Maio de 1931, num segundo andar da Rua Marquês de Fronteira, encontrei, finalmente, a expressão autêntica do poeta autêntico, há tanto procurada. À terceira tentativa (...) escrevi dum jacto e quase sem emendas o poema 'Viver sempre também cansa'. (…) E, assim, num novelo terrível de ganhar a vida com artigos diversos, crónicas anedóticas, contos e contecos, anúncios das cintas Pompadour, publicidade, traduções de fitas, etc., iniciei a minha carreira de poeta, a que mais tarde chamei de poeta militante». As palavras de José Gomes Ferreira, nascido no Porto a 9 de Junho de 1900 e criado em Lisboa, definem bem o escritor e militante comunista que é um dos vultos maiores da literatura portuguesa do século XX. Licenciado em Direito em 1924, trabalhou como Cônsul na Noruega até regressar ao País, em 1930, quando se dedica ao jornalismo. Em 1961, já com vasta obra publicada, em prosa e em verso, ganha o Grande Prémio da Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores. Presente em todas as iniciativas democráticas e antifascistas, colabora num álbum de canções revolucionárias de Fernando Lopes Graça, com a sua canção “Não fiques para trás, ó companheiro”. Ao 80 anos, inscreve-se no PCP, convicto de que “O nosso mundo é este…. ( Mas há-de ser outro)”.
O arquiteto Paulo David muito crítico da betonização das ribeiras da cidade do Funchal
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