Quinze anos de prisão para um dos três assassinos de repórter
Daphne Caruana Galizia investigava caso de corrupção que envolvia Governo. Uma bomba no carro matou-a .
MALTA Vincent Muscat, um dos três homens acusados do assassínio, em outubro de 2017, da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que investigava casos de corrupção, foi condenado a uma pena de 15 anos de prisão pelo tribunal da La Valeta. Ao anunciar o veredicto, o tribunal disse ter tido em conta o facto de Muscat – que, ontem, pela primeira vez se declarou culpado da morte – ter colaborado com a Polícia e de o Ministério Público ter pedido aquela pena. A 16 de outubro de 2017, a jornalista e blogger, que investigava a corrupção ao mais alto nível em Malta, morreu na explosão de uma bomba colocada no carro.
Três homens com antecedentes criminais – os irmãos Alfred e George Degiorgio e Muscat – foram acusados no dia seguinte, suspeitos de participação numa organização criminal e de terem fabricado a bomba. Os três sempre se declararam inocentes, até que Muscat decidiu declarar-se culpado. Segundo o portal noticioso POLITICO, Muscat tentou obter um perdão ou uma redução de pena em troca de informações sobre o caso da jornalista e de outros crimes graves, incluindo uma tentativa de roubo de uma filial do banco HSBC em 2010, na qual foi preso e acusado.
POLÍTICOS DEMITIRAM-SE
O pedido de um perdão presidencial foi rejeitado no início do ano. Além de Muscat e dos irmãos Degiorgio, um quarto homem ligado ao caso, Yorgen Fenech, proprietário da empresa 17 Black, foi detido em 2019, no iate, ao largo de Malta, quando tentava fugir. É oficialmente considerado como pessoa que tinha informações sobre o caso.
Alguns média e a família de Galizia apresentam-no como um possível financiador do assassínio, mas as audiências sobre as acusações contra ele ainda não começaram. A detenção de Fenech levou a várias demissões de responsáveis políticos. O chefe de gabinete do primeiro-ministro na época, Joseph Muscat (sem ligação com Muscat), demitiu-se em novembro de 2019 e foi seguido pelo ministro do Turismo, enquanto a ministra da Economia suspendeu as funções durante o inquérito ao homicídio.
A 1 de dezembro, o primeiro-ministro anunciou que também se iria demitir, o que se tornou efetivo em janeiro de 2020. [fonte: JN]
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