quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Quinze anos de prisão para um dos três assassinos de repórter Maltesa. Os mandantes do crime continuam impunes.

 Quinze anos de prisão para um dos três assassinos de repórter

 Daphne Caruana Galizia investigava caso de corrupção que envolvia Governo. Uma bomba no carro matou-a .


 MALTA Vincent Muscat, um dos três homens acusados do assassínio, em outubro de 2017, da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que investigava casos de corrupção, foi condenado a uma pena de 15 anos de prisão pelo tribunal da La Valeta. Ao anunciar o veredicto, o tribunal disse ter tido em conta o facto de Muscat – que, ontem, pela primeira vez se declarou culpado da morte – ter colaborado com a Polícia e de o Ministério Público ter pedido aquela pena. A 16 de outubro de 2017, a jornalista e blogger, que investigava a corrupção ao mais alto nível em Malta, morreu na explosão de uma bomba colocada no carro. 

 Três homens com antecedentes criminais – os irmãos Alfred e George Degiorgio e Muscat – foram acusados no dia seguinte, suspeitos de participação numa organização criminal e de terem fabricado a bomba. Os três sempre se declararam inocentes, até que Muscat decidiu declarar-se culpado. Segundo o portal noticioso POLITICO, Muscat tentou obter um perdão ou uma redução de pena em troca de informações sobre o caso da jornalista e de outros crimes graves, incluindo uma tentativa de roubo de uma filial do banco HSBC em 2010, na qual foi preso e acusado. 


POLÍTICOS DEMITIRAM-SE

 

 O pedido de um perdão presidencial foi rejeitado no início do ano. Além de Muscat e dos irmãos Degiorgio, um quarto homem ligado ao caso, Yorgen Fenech, proprietário da empresa 17 Black, foi detido em 2019, no iate, ao largo de Malta, quando tentava fugir. É oficialmente considerado como pessoa que tinha informações sobre o caso. 

 Alguns média e a família de Galizia apresentam-no como um possível financiador do assassínio, mas as audiências sobre as acusações contra ele ainda não começaram. A detenção de Fenech levou a várias demissões de responsáveis políticos. O chefe de gabinete do primeiro-ministro na época, Joseph Muscat (sem ligação com Muscat), demitiu-se em novembro de 2019 e foi seguido pelo ministro do Turismo, enquanto a ministra da Economia suspendeu as funções durante o inquérito ao homicídio.

 A 1 de dezembro, o primeiro-ministro anunciou que também se iria demitir, o que se tornou efetivo em janeiro de 2020. [fonte: JN]

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