segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Assim vai o Órgão de Soberania Tribunal da Relação de Lisboa a proteger um dos seus que está acusado de abuso de Poder

 Juiz investigado volta a despachar processos
SUSPEITAS: Orlando Nascimento é investigado por abuso de poder num inquérito resultante do caso Lex. Ainda não é arguido DISTRIBUIÇÃO : Já tem pelo menos três processos para decidir

 O juiz desembargador Orlando Nascimento, que está a ser investigado por suspeitas de abuso de poder, regressou ao Tribunal da Relação de Lisboa, onde já está a analisar processos. Em mãos tem pelo menos três casos para decidir. O magistrado é ainda alvo de um processo disciplinar resultante da Operação Lex, por suspeitas de viciação na distribuição de processos na Relação de Lisboa. Em março, quando se demitiu da presidência da Relação de Lisboa, Orlando Nascimento pediu para o isentarem da distribuição de processos. Em causa estava o facto de ter sido noticiado que cedeu gratuitamente uma sala do tribunal para que o seu antecessor, Vaz das Neves, realizasse uma arbitragem privada. Orlando Nascimento ficou de fora da acusação da Operação Lex. Mas o Ministério Público extraiu uma certidão para continuar a investigá-lo num inquérito autónomo. O processo ainda não tem arguidos, segundo confirmou ao CM a Procuradoria-Geral da República. Em dezembro, Orlando Nascimento pediu à sua sucessora na presidência da Relação de Lisboa a sua reentrada na distribuição de processos. A líder do tribunal superior deu a conhecer o requerimento do colega ao Conselho Superior da Magistratura. A 29 de janeiro, o órgão que tutela os juízes informou que nada tinha a opor. “O juiz desembargador Orlando Nascimento passou a entrar na distribuição de processos a partir de 2 de fevereiro de 2021”, referiu ao CM a presidente da Relação de Lisboa, Guilhermina Freitas, acrescentando: “Desconheço se o juiz desembargador está ou não a ser investigado por crime de abuso de poder”. O CM t a m b é m questionou o desembargador Orlando Nascimento, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. No processo que investiga crimes de corrupção da Operação Lex foram acusados três juízes desembargadores: Rui Rangel, Fátima Galante e Vaz das Neves.

LÍDER DA RELAÇÃO DIZ DESCONHECER SUSPEITAS DE ABUSO DE PODER

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