segunda-feira, 8 de julho de 2024

Garcia dos Santos descobriu esquemas de financiamento do PS na JAE (Junta Autónoma de Estradas)

 


Mas o que é que aconteceu? O eng. João Cravinho chama-o para limpar a casa, o senhor limpa, e depois zangam-se. O que se passou?

 Fomos colegas no Instituto Superior Técnico. Houve um jantar de curso e nesse jantar o Cravinho a certa altura chama-me de parte e diz: “Tens algum tempo livre?”. E eu disse: “Tenho, mas porquê?”; “Eu precisava de ti para uma empresa”; “Que empresa?”; “Agora não interessa, a gente daqui a uns tempos fala”. Passado uns tempos chamou-me e disse-me: “Eu quero que vás para a Junta Autónoma das Estradas, mas não digas a ninguém que o gajo que lá está [Maranha das Neves] nem sonha”. O Cravinho deu-me os 10 mandamentos do que eu precisava de fazer na Junta, limpar a casa, obras que era preciso fazer, etc. Entretanto, comecei a conhecer a casa, dei a volta ao país todo e um dia disse-lhe: “Há aqui uma série de coisas que é preciso fazer e há 11 fulanos que é preciso pôr na rua”. Ele retorceu-se, chamou-me daí a dois dias, disse que era muito complicado. O problema é que era através de uma das pessoas que eu queria pôr na rua que passava o dinheiro para o PS. (Jornal I)

Ao minuto 2.40  no vídeo publicado abaixo, Garcia dos Santos denuncia o caso da corrupção na Junta Autónoma de Estradas

Garcia dos Santos: "Tem de se admitir a possibilidade de haver corrupção" nas PPP

Garcia dos Santos saiu da JAE (Junta Autónoma das Estradas) denunciando corrupção nesta antiga empresa pública. O ex-presidente da JAE diz mesmo que sugeriu a João Cravinho a demissão de onze pessoas, mas o então ministro considerava complicado. Garcia dos Santos hoje explica: "o problema é que era através de uma das pessoas que eu queria pôr na rua que passava o dinheiro para o PS".



 

General Garcia dos Santos descobriu corruptos em quem João Cravinho não queria tocar: Ex- ministro justifica-se através de carta publicada na revista Sábado. Em 1997 foi convidado pelo ministro João Cravinho para investigar a JAE.
Ver:
http://pravdailheu.blogspot.com/2019/11/general-garcia-dos-santos-descobriu.html?m=1

Garcia dos Santos diz ter sido travado na luta contra a corrupção na JAE
 Garcia dos Santos diz ter sido travado na luta contra a corrupção na JAE
Três anos depois de ter denunciado alegados casos de irregularidades na antiga Junta Autónoma de Estradas, Garcia dos Santos dispara em todas as direcções. "O que fizeram com a JAE é criminoso", refere, considerando que João Cravinho, Maranha das Neves e o seu sucessor na junta, António Lamas, são "os principais responsáveis".Para o general, os "problemas passavam pela forma como se lançavam e realizavam as obras" e a corrupção sentia-se "através de projectos mal feitos e mal conduzidos", que se "faziam propositadamente errados para que determinada empresa ganhasse, sabendo onde está o erro no ante-projecto".
Garcia dos Santos não poupa adjectivos para qualificar os visados. João Cravinho é considerado como "parvo" e "traidor", enquanto António Lamas é visto como alguém que "não sabe gerir, nunca geriu nada na vida, e de estradas não sabe rigorosamente nada".
Numa entrevista explosiva, o ex-presidente da JAE refere que, quando tentou denunciar os casos de corrupção, tanto o primeiro-ministro, António Guterres como o ex-Procurador-Geral da República, Cunha Rodrigues, não quiseram ouvir as suas denúncias.
Além disso, o anterior ministro das Finanças, Sousa Franco, que numa carta enviada a Garcia dos Santos terá dito "saber dos problemas de corrupção e quem são as pessoas envolvidas", é acusado de ser "cobarde", uma vez que "manda as bocas e depois não sabe assumir a responsabilidade das coisas que diz".
Em relação ao processo de transformação da JAE em três institutos - Instituto das Estradas de Portugal (IEP), Instituto de Conservação e Exploração da Rede Rodoviária (ICERR) e Instituto para a Construção Rodoviária (ICOR) -, o general considera-o "estranhíssimo", afirmando que, "se calhar, foi feito para continuar com a corrupção".
Assumindo-se como uma pessoa "de esquerda", o general traça o perfil de António Guterres, considerando-o como "o espelho do país" e caracterizando por andar "um bocado ao sabor dos interesses".
As críticas de Garcia dos Santos estenderam-se também à forma como decorreu a sua audição no parlamento, afirmando que «os deputados não têm palavra, não têm noção da honestidade, nem da honradez»
Em relação ao financiamento dos partidos, Garcia dos Santos considera que, "por muitas leis que se façam, continuará a existir por debaixo da mesa", referindo que este financiamento se faz "através dos empreiteiros".

https://www.publico.pt/2001/05/18/politica/noticia/garcia-dos-santos-diz-ter-sido-travado-na-luta-contra-a-corrupcao-na-jae-23508



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