Rodrigo Trancoso (BE) manda “indiretas” para “recém-chegado” ao partido
Rodrigo Trancoso utilizou ontem o facebook para fazer um “desabafo” (expressão que assumiu ao Funchal Notícias) sobre um “recém-chegado a uma organização partidária”.
O “desabafo” e o seu destinatário não têm nome mas as críticas encaixam no perfil de Paulino Ascensão, deputado eleito pelo Bloco de Esquerda (BE) à Assembleia da República.
Contactado pelo Funchal Notícias, Rodrigo Trancoso não personalizou.
“A crítica ontem publicada refere-se a diversas situações que fui presenciando e vivenciando na minha atividade política. Se tivesse pretendido nomear alguém, já o teria feito”, disse.
Segundo Rodrigo Trancoso “foi um mero desabafo resultante de uma reflexão interior que procuro permanentemente ter e também uma forma pedagógica de mostrar o quão erradas são determinadas posturas. Nada mais”, desvalorizou.
No post ontem publicado, Rodrigo Trancoso disse que “a complexidade da natureza humana é irrefutável. Nessa imensa teia de características, algumas existem que me provocam uma enorme sensação de incómodo, estranheza, repulsa, enfim, “fazem-me espécie”. Refiro-me concretamente à inveja, à estupidez, ao atrevimento boçal da ignorância, à ambição e ganância desmedidas”.
Para Rodrigo Trancoso, “são estas características que justificam atitudes como a de não olhar a meios para se atingir determinados fins, espezinhando-se e denegrindo companheiros de profissão e de partido para esse efeito”.
Depois, dá exemplos: Como a de se considerar que uma pessoa com capacidades políticas acima da média, recém-chegada a uma organização partidária, quer chegar e já mandar em tudo, em detrimento de se procurar rentabilizar essas capacidades acrescidas numa evolução e melhoria das respostas políticas que essa organização possa disponibilizar para solucionar os problemas da sociedade;
Como a de pretender modificar o conteúdo de ordens de trabalho previamente definidas, propondo alterações semânticas que na prática configuram o mesmo efeito da OT inicial;
Como a de defender um determinado critério para a formação de listas, mas porque não se gosta ou se tem inveja de uma determinada pessoa, oblitera-se pontualmente esse mesmo critério numa determinada lista;
Como a de invocar um sentimento autonomista para tentar rejeitar a inclusão numa lista de uma pessoa não nascida na Madeira;
Como a de alguém propor a alteração a decisões colegiais por ela anteriormente aprovada, só porque tomou consciência que as mesmas colidem presentemente com os seus mesquinhos interesses pessoais;
Como a de sistematicamente criticar e picar os miolos a quem, mal ou bem, tem de dirigir e decidir, mas depois obstaculiza de todas as maneiras o processo de renovação e mudança da liderança;
Como a de exigir ser indicado para o desempenho de uma determinada função sem se ter as mínimas aptidões para o efeito;
Como a de invocar a antiguidade como fator de desempate numa ordenação em detrimento da capacidade individual;
Como a de alguém não sendo capaz por si próprio de mostrar valor, atirar pedras a quem por mérito próprio alcança aquilo que esse alguém tendo tido as mesmas oportunidades e condições não o conseguiu ou não quis alcançar/aproveitar.
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