quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Gil Canha no seu estilo mordaz, ridiculariza os Cafôfianos

A ingenuidade dos Imbecis

Gil Canha


Para quem não está habituado a levar porrada, qualquer pequena contrariedade é um fim do Mundo. Mas quem já passou pelo alegre alguidar onde o diabo amassou o pão… as coisas até acabam por ter a sua graça. Aliás, mais ou menos a rir, a malta do chamado grupo do jornal Garajau/PND sempre se divertiu a observar a maneira elegante como a nossa sociedade era aliviada pela habitual ladroagem do regime. Esta eterna necessidade de entretenimento e gozo foi a blindagem a que recorremos para nos protegermos dos ataques ferozes que nos faziam, se não teríamos dado em loucos!
Foi deste modo que enfrentámos no terreno as inaugurações eleitoralistas do Dr. Jardim; foi deste modo que resistimos ao fogo-posto nos nossos negócios; foi deste modo que resistimos aos ataques terroristas e agressões de cadastrados contratados, (além dos batatões que levei no focinho; só num ano, gastei 30 mil euros em carros ardidos e vandalizados); foi deste modo que resistimos aos embargos dos nossos empreendimentos, com milhões de euros de prejuízo, enfim, levámos no bombo até mais não, é verdade! Mas também fizemos o diabo-por-uma-linha aos empresários monopolistas do regime, alguns até choraram em público como velhas carpideiras e outros foram para a Quinta Vigia lamber feridas, como ursos armadilhados. 

Como o nosso objectivo era deitar o regime abaixo à força da gargalhada e do escárnio, fizemos sobrevoar as festas do PPD com um zepelim; metemos um blindado em frente à sede do Governo; largámos o sr. Coelho no parlamento de relógio ao pescoço e bandeira nazi para competir com as má-criações e escarcéus de Jaime Ramos e dos demais sicários; criámos o Manuel Bexiga e os seus famosos sketches humorísticos; e, como discípulos obedientes de Albert Cossery (atenção, não é um jogador de futebol), seguimos as suas duas regras de ouro: a primeira é que o Mundo onde vivemos é regido pela mais ignóbil quadrilha de tratantes que alguma vez pisou o chão deste planeta; a segunda é que, acima de tudo, convém que não os levemos a sério! Porque é isso que eles querem, que os levemos a sério!
E sabem qual foi o resultado de 20 anos de alegre luta? - Sabem?! Apesar das nossas espectaculares ações em defesa do povo, nunca conseguimos, nas diferentes eleições, mais que um deputado ou mais que um vereador! Tudo à rasquinha e tudo por uma unha-negra, e muitas vezes com derrotas monumentais! E fui buscar toda esta história para explicar a meia dúzia de imbecis cafofianos que a nossa matriz e o nosso destino é levar alegremente no pacote. Normalmente, somos atraiçoados e comidos por bandos de oportunistas esfaimados; outras vezes, estamos a trabalhar num gabinete e, quando damos por nós, um tipo de cremalheira sorridente, escalvado, e de trejeitos de hiena que ajudámos a eleger para chefe, atraiçoa-nos e mete-nos na rua, e passados segundos já está a facilitar e a conviver com a tal máfia que nos serviu de entretimento nos últimos anos. 
Assim, o que aconteceu nestas eleições autárquicas foi o habitual: um porradão de caixão à cova! E os tais imbecis que não nos conhecem, porque durante anos e anos da nossa corajosa diversão andaram escondidos nos seus miseráveis buracos, todos borrados de medo, onde o simples pronunciar da  palavra JARDIM lhes provocava monumentais diarreias, saltaram a terreiro aos gritinhos: o Gil está arrumado! O Gil está arrumado! Arrumámos a malta do Gilinho! E, estonteados com os próprios vapores de vinhos mal fermentados do avô, mal sabem que eles próprios e o seu amado Líder de Plástico, mantido a cuspo e a cartolina por milhares de euros de propaganda no Diário, continuarão a ser os alvos perfeitos da nossa alegre artilharia! O nosso filão inesgotável de recreação! O nosso parque de diversões!
Por isso, caros cafofianos, só mesmo um louco ou um desbragado da vida é que deixaria agora a actividade política. Vocês prometem mais que o Jardim! Vocês agora serão escrutinados, analisados e medidos com a mesma alegria infantil que uma criança olha embevecida para um brinquedo. (fenix do atlântico)

Alberto Cossery:«Quando o homem pode rir daquilo que lhe acontece. ninguém mais tem poder sobre ele»


Sem comentários:

Enviar um comentário