«Exmo. Senhor Dr. Álvaro Beleza,
Acabo de ler e não consigo conter a minha perplexidade e a mais completa desilusão face às suas declarações proferidas na Madeira, no decorrer de uma inauguração e de um encontro sobre "Madeirensidade". O meu desabafo não tem nada, rigorosamente nada, a ver com o facto de eu ter sido, durante muitos anos, vice-presidente, secretário-geral, deputado e autarca do Partido Socialista. Tem a ver sim com o seu mais completo desconhecimento do que é a Madeira e o seu regime político desde 1976.
Ora bem, Vossa Excelência assume que este foi um "trabalho "absolutamente extraordinário", "exemplo para o país" e que se sente "orgulhoso da Madeira". Obviamente que é inegável que alguma coisa foi realizada e bem conseguida. Se tal não tivesse acontecido deixaria de ser um problema de política para ser de polícia.
O que é inaceitável é que Vossa Excelência não falou e, repito, obviamente que não o podia dizer, como é que se operou a descaracterização da Região; compreendo que não podia falar dos 6.3 mil milhões de dívidas e das contabilidades paralelas; não podia falar dos 32,9% de pobres e em risco de pobreza, que corresponde a cerca de 75.000 habitantes; não podia abordar a teia de interesses que conduziram a camuflados monopólios; não podia falar das "obras inventadas" como caracterizou o ex-deputado Europeu Dr. Sérgio Marques, declarações objecto de Inquérito Parlamentar; não podia falar das graves carências habitacionais; não podia falar dos mais de 20.000 à espera de uma consulta ou de uma cirurgia; não podia abordar que nos últimos anos 17.000 madeirenses abandonaram a região; não podia equacionar a questão de 8.000 jovens que não estudam nem trabalham; não podia falar de um sistema educativo mais próximo do século XIX do que do século XXI; não podia abordar a rede de "casas do povo" e toda a sua estrutura clientelar; não podia abordar os dramas das perseguições e afastamentos silenciados. Não podia falar, reconheço, porque o momento não era propício. Compreendo. Mas podia ter falado de muita outra coisa, com total rigor, independência e não se comprometendo com nada.
Vossa Excelência viu e continua a ver prédios, hotéis, flores e fica encantado. Não viu o tecido social esfarrapado. Não andou por ruas, becos, travessas e impasses a cheirar essa tal "Madeira Nova" que tanto o orgulha. Não viu nem sentiu os dramas da pobreza, porque se os visse não tinha, certamente, confundido crescimento com desenvolvimento. A pergunta que devia ter em mente talvez fosse esta: com os mesmos fluxos financeiros, desde 1976, não podia a Madeira ser hoje uma terra menos dependente, menos pobre e menos assimétrica?
Com as suas declarações, publicadas no Dnotícias, Vossa Excelência, que é um político com partido, julgo que no PS, preferiu dar uma rajada na oposição, porventura matando-a e indicando, claramente, quem deverá suceder ao PSD. O PSD!
Tive funções político-partidárias e hoje estou completamente distante. Guio-me, apenas, pelas minhas convicções sociais. Apesar de escrever quase diariamente, julgo ser esta a primeira vez, desde há muito, que abordo um tema político onde em causa está o poder e a oposição. Nem militante sou, para que saiba. Mas não posso calar a injustiça. A balança da justiça tem dois pratos. Certo? Se a SEDES é isto, não auguro qualquer futuro nos estudos que venham a ser realizados na Madeira. Será mais do mesmo!
Com os meus cumprimentos.
André Escórcio
Nota
Informo-o que vou tornar público este meu desabafo.»«A SEDE(S) da VERGONHA !
Foi com perplexidade que através do DN Madeira, tomei conhecimento do casamento de conveniência inimaginável, da minha antiga SEDES, com os poderes político e económico regionais, sem faltar a água benta da igreja católica, na pessoa do sinistro encobridor dispo da diocese.
A direção da SEDES traíu os princípios dos seus fundadores renegando a sua independência face àqueles poderes e arregimentando o que de pior existe na sociedade madeirense.
Embriagados com as prebendas com que o poder regional costuma obsequiar os forasteiros a elas não habituados, emproados com honras e salamaleques inabituais, empoderados junto dos grandes a quem já se julgam iguais, toca a retribuir com eloquentes e inegualáveis elogios, exactamente às… qualidades que não possuem.
E de repente a Madeira tem lições a dar, urbi e et orbi, ao país e ao mundo!
Para o presidente da sedes e comitiva, as “ihlites do Funchal”, qual farol do Atlântico iluminando os gentios do “contenente” e de além-mar, dão lições de democracia, de desenvolvimento, de civilidade.
Se não fosse trágico, seria comédia, no mínimo!
Afinal “Roma paga a traidores”, no Funchal !»
Olha o grande traste ressuscitou.
ResponderEliminarEssa múmia morreu há 100 anos e agora aparece a escrever?
Metam já essa besta no Trapiche. Fazem bem ao ambiente.
Estás a te referir a quem oh "padreco"? Ao André Escórcio ou ao Fragueiro? É que tu nem dizes o que sabes nem sabes aquilo que dizes!
EliminarAo saloio nadador
EliminarNa natação e em tudo na vida. Um ZERO
EliminarQuem autorizou a saída desse anormal do Trapiche?
ResponderEliminarQuem é esse fragueiro?
ResponderEliminarSecalhar nem sabe onde fica a ilha da Madeira. Há cada cubano que nem geografia sabe. Siga
Não eram vocês da FLAMA que queriam a independência da Madeira para entregá-la logo a seguir aos espanhóis?
EliminarEntendidos em geografia, não é?
Adios muchacho. Chile é no Quebra Costas 53.