domingo, 12 de março de 2023

Liberdade de imprensa posta em causa na Polónia. Jornalista preso acusado de espionagem

 Jornalista espanhol completa 1 ano preso na Polônia sob acusação de espionagem para a Rússia

Londres – Quatro dias após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, o jornalista espanhol Pablo Gonzalez foi preso quando cobria a crise humanitária provocada pela guerra na fronteira com a Polônia – e completou nesta terça-feira um ano sob custódia policial, sem data marcada para ser julgado nem divulgação de provas contra ele. 

González é especialista em assuntos soviéticos e colabora para veículos espanhóis e internacionais, como o Politico. 

Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, as autoridades polonesas fundamentaram a acusação de espionagem sob o argumento de que ele possuía dois passaportes com nomes diferentes. (fonte)

 

A liberdade de imprensa está mesmo a morrer?

O repórter nasceu na Rússia, é filho de pais russos que se divorciaram. A mãe foi viver com ele para Espanha e obteve para os dois a nacionalidade espanhola quando González tinha 9 anos, alterando o apelido russo Pavel para a sua tradução espanhola, Pablo.

 A dualidade de critérios com que passámos a viver leva-me a fazer esta acusação de consciência tranquila, pela certeza da sua justeza: não faltariam (e muito bem) inúmeras notícias indignadas em Portugal e Espanha se a prisão deste jornalista tivesse acontecido, exatamente nas mesmas circunstâncias, na Rússia, na China, em Cuba, na Venezuela, na Coreia do Norte, no Irão, na Síria, no Qatar ou em qualquer outro país que não pertença, não seja protegido, não forneça energia barata ou não obedeça ao chamado "ocidente alargado".

 Provavelmente a Assembleia da República portuguesa já teria aprovado um voto de solidariedade para com o jornalista, em Espanha organizar-se-iam manifestações frente a embaixadas, a Comissão Europeia teria protestado contra tal "inaceitável atentado à liberdade de expressão", os Estados Unidos da América teriam comunicado que este é mais um exemplo que justifica o seu desígnio no século XXI - fazer guerra em nome da democracia "baseada em regras" contra as autocracias do mundo.

 Como a arbitrariedade repressiva se passa num país da União Europeia, González está quase esquecido, repetindo-se o que acontece desde 2012 com Julian Assange, nessa outra pátria autoproclamada dos grandes valores da liberdade, a Inglaterra.

 A guerra na Ucrânia é mais uma etapa de um processo que, aos poucos, passo a passo, está a matar a liberdade de imprensa no "ocidente democrático" (DN de Lisboa, texto do jornalista Pedro Tadeu) (Dn/Lisboa)





5 comentários:

  1. Vai ser bonito ver o camarada Coelho a fazer campanha pelo Ptp. Coelho está de alma e coração com os verdinhos de Gaula.

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  2. Se o Albucoca meteu o Barrete como 2 da lista de extinção do CDS, é sinal que as últimas sondagens foram viciadas.

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