«Quando, por má gestão ou por
negociatas fraudulentas, os bancos entram em crise, os cidadãos
pagam a fatura. Quando os cidadãos ficam prisioneiros de “crises”
como acontece no presente, em que a guerra e a inflação “justificam” todos os sacrifícios, os bancos aproveitam para aumentar escandalosamente os seus lucros. Os
dados publicados ontem, neste
jornal, são elucidativos: “as seis
maiores instituições financeiras a
operar no país alcançaram um resultado líquido superior a 2,5 mil
milhões de euros” em 2022. Um
aumento nos lucros “de quase
70%”, obtido à custa de altas taxas
de juros, de comissões diversas, da
não remuneração de depósitos e
através de despedimentos.
No comércio a retalho, os portugueses são todos os dias roubados.
Aos preços de produtos de primeira necessidade são impostas escandalosas margens de lucro. Segundo a ASAE “no retalho, registámos margens médias de lucro
bruto, referentes ao ano de 2022,
entre: 20% e 30% (açúcar branco,
óleo alimentar, dourada); 30% e
40% (conservas de atum, azeite,
couve-coração); 40% e 50% (ovos, laranja, cenoura, febras de porco);
e mais de 50% (cebola)”. Este roubo prossegue em 2023. A denúncia, tardiamente assumida pelo
Governo, vai ter consequências e
serão adotadas medidas que travem este escândalo?
O presidente da República, na
entrevista que concedeu à RTP e
“Público” na noite de quinta-feira, reconheceu haver, por parte de
empresários de vários setores,
“aproveitamento da conjuntura
como oportunidade de negócio
inaceitável”. Todavia, considerou
que o combate à inflação apenas
“depende da economia” e ele “espera” que “haja fatores que a façam descer”. Direi que se ficarmos à espera de solução por essa
via, será melhor esperar sentados.
Os parasitas vão sugar o povo até
ao limite. ».
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