Tinha 11 anos e o abusador era um
padre ‘velhinho de 80 e tal anos’, muito
conhecido na comunidade e ‘muito
simpático’. ‘Pedia para eu dizer os meus
pecados e, quando eu dizia que fiz asneiras e
disse palavrões, ele tocava-me em todo o lado,
maminhas, punha-me as mãos nas
cuequinhas e tocava no pipi. (…). Tocava,
tocava. Foram cinco vezes. Até que comecei a
mentir ao meu pai e deixei de ir… Aquele
ordinário!!!!”. Está na página 236
— Metia os seus dedos pelo meu sexo e
afastava os lábios, era doloroso (1970);
— Fez considerações sobre o tamanho do
meu pénis, disse até que o do G. era mais fino,
mas esticava mais e o meu era mais grosso,
mas ficava mais pequeno e que eu o devia
puxar várias vezes ao dia e puxou várias
vezes, fiquei bastante inchado. Também
porque ele queria ver se eu já ejaculava e,
talvez por eu ser novo ou estar com medo,
demorei muito a atingir isso e é claro que isso
fez ferida na pele do órgão (1986);
— Depois da primeira violação, houve danos
na zona rectal. Noutra situação, danos no
pénis, onde se rompeu o prepúcio (1996);
Depois da primeira violação, houve danos
na zona rectal. Noutra situação, danos no
pénis, onde se rompeu o prepúcio (1996);
— Graves, uma vez que não foi a única
pessoa a fazê-lo. Um familiar também o fez, se
o próprio padre apregoou que o fazia (1969);
— Sim, quando acontecia anal, doía muito.
Uma vez, eu tinha o treino de futebol à 3.ª, 5.ª
e 6.ª, na 5.ª era também explicação. Estava a
correr e deitei sangue pelo ânus, mas não
percebi e fui gozado por outro rapaz que
disse, olha o A. tem sangue pelo cu. Os outros
riram-se de mim e um mais velho disse assim:
“Olha, ele anda a tomar no cu” (2002).
Isto é o resultado físico dos abusos sexuais
dos padres católicos em crianças.
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traduzem-se também em discursos onde
estava presente a ideia de algo descrito como
‘normal’, ‘natural’ e que ‘não havia que ter
medo’. Em determinados casos, o abuso é
mesmo referido como a forma de ‘tirar o mal’,
‘tirar o diabo’ ou ‘tirar a dor’, corrigindo assim
aqueles que haviam pecado.”Os excertos do que as testemunhas
disseram que os padres lhes disseram (não se
esqueça: isto são padres a falar com crianças):
— Que não havia mal nenhum (1977);
— Que não fazia mal, que não tinha mal, que
era normal (1960);
— Eu não te faço mal! (1947);
— Que Deus queria assim (1970);
— Que era vontade de Deus (1998);
— Que Deus gostava que as pessoas
mostrassem amor e que não fazia mal dar uns
beijinhos na boca (1981);
— Não era abuso, era ‘normal’, era afecto,
carinho, era como se fosse um irmão ou um
pai. Era doente. Nós éramos crianças, se o
padre fazia, era porque era certo. Era muito
confuso para as nossas cabeças, não podia
estar certo, mas ele fazia-o. Afinal era certo?
Será que o «padre» Ricardo também foi "passado" no seminário quando estudava para padre?
Será que o «padre» Ricardo também foi "passado" no seminário quando estudava para padre?
ResponderEliminarMas é claro que sim! Ele e quase todos da geração dele como o Marco Gomes da Educação .
Coelhinho não disfarces. Todos sabemos que isso se refere ao padre das caixinhas.
ResponderEliminarOfélia, não digas disparates. O teu whiskey do Quebra Costas deve estar estragado...
EliminarO padre que roubou as esmolinhas deve-se ter farto de apanhar por trás. Por isso é hoje tão mau e odioso
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