Exclama aflita a nossa Guida Vieira:
«..Temos adversários à espreita, e pelos vistos são muitos, por isso mesmo temos que os enfrentar com mais garra, mais intervenção e mais mobilização, dentro, e sobretudo fora, das Instituições onde estamos representados/as....»
Há uma coisa nesta terra, que é muito comum a quase todas as situações. Quem tem opinião diferente sobre como as coisas são feitas, sobre as ações, ou a falta delas, sobre Pessoas, Instituições, Organizações, e seus comportamentos, etc... e se essas opiniões não forem concordantes com as opiniões das maiorias, sobretudo das que estão nos diversos poderes, está tramado/a. É quase como se estivesse a cometer um crime.
Aprendi que uma das grandes componentes da liberdade é poder dizer o que pensamos. Até numa recente reflexão que fiz sobre Deus, onde me foi permitido apresentar algumas discordâncias com Ele, não me senti penalizada por isso. Pelo contrário, fez-me um bem enorme porque recuperei alguma paz interior.
Mas, infelizmente, há muitas Pessoas que têm um ego maior que o mundo que as rodeia e acham-se no direito, não só de passar por cima de todas as Pessoas que lhes podem ser incómodas, como impor ao coletivo maiorias artificiais rasgando o passado, o trabalho, a competência e a militância.
Para que na Madeira exista a área política onde me integro, foi preciso muito trabalho, muito despreendimento pessoal, muita crença no povo, muita resiliência e muito, muito trabalho. Muita intervenção feita com muita paixão, com muito gosto e com muito esforço. Muita gente entregue de forma voluntária à causa pública e ao serviço das reivindicações da população, em diferentes sectores e locais da Região. Estar numa ação política era um momento de prazer, de convívio e de camaradagem, com quem era militante, mas também com quem nos acompanhava nas lutas. Tenho muitas saudades desse tempo. A isto dizem que estou velha, que o tempo não volta para trás, e é verdade. Mas será que a política sem esta paixão é mesmo política?
Dizem que quem trabalha por gosto não cansa, e era isso mesmo. Os meios eram escassos mas a alegria de estar a fazer coisas úteis às Pessoas era um pagamento que não é contabilizável em números. Hoje, com os maiores recursos que existem, o trabalho tem que ter mais calor humano, mais povo, mais camaradagem, mais verdade, mais transparência e, sobretudo, mais verdade e mais sinceridade.
Temos adversários à espreita, e pelos vistos são muitos, por isso mesmo temos que os enfrentar com mais garra, mais intervenção e mais mobilização, dentro, e sobretudo fora, das Instituições onde estamos representados/as.
Não nos podemos dar ao luxo de deixar Pessoas na “prateleira”. Não nos podemos dar ao luxo de só falarmos com quem connosco concorda. A diversidade de opinião é uma das maiores riquezas da democracia e da sociedade, por isso é que, este tipo de artigos de opinião, é o Bem Maior da Liberdade. (Diário de Notícias)
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