quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Raquel Coelho intervém na Assembleia da Madeira e Gil Canha escreve artigo de opinião



Montado no fim do verão, um passadiço de 80 mil euros que o mar vai levar no Inverno


“O ex vereador da Câmara Municipal do Funchal, Edgar Silva, foi o porta-voz de uma iniciativa levada a efeito esta manhã, pela Coligação Funchal Forte, na Praia Formosa. Sobre o novo passadiço a nascente, o candidato referiu que “é uma loucura e um despesismo gastar-se 75 mil euros num passadiço que o mar vai levar na próxima levadia. A nossa equipa quando estava na Câmara fez esta estrutura com madeira de árvores abatidas por causa dos incêndios no Parque Ecológico, e nem chegou aos 5 mil euros, e durou dois invernos”.


Gil Canha

Foi assim que alertamos os nossos cidadãos para o despesismo tresloucado da gestão camarária de Paulo Cafofo, nas últimas eleições autárquicas, as quais fui o cabeça de lista derrotado. Na altura, solicitamos ao sr. Arquiteto Elias Homem de Gouveia que nos arranjasse madeira-de-cedro, que tinha sido parcialmente ardida num incêndio no Parque Ecológico da CMF, e com esse belo tabuado e com a ajuda do Grupo Pestana, construímos um passadiço ao longo da praia que era ligado à saída do túnel que vem do Doca do Cavacas, por uma ponte da mesma madeira. Como sabíamos que o mar galgava essa zona nos invernos, utilizamos na construção desse passadiço, um material barato, ecológico e funcional, e que foi percorrido por milhares de munícipes e turistas, durante quase três anos.

O ano passado, o sr. Presidente Paulo Cafôfo, juntamente com o seu mago das finanças resolveram pegar no dinheiro camarário e lançá-lo candidamente ao mar, como quem lança confettis. E não contentes, ainda gastaram um dinheirão no Diário de Mr. Blandy, a propagandear esta caríssima obra que Neptuno levou esta semana nos seus queridos braços.  
Como não gostamos que nos tomem por burros e mesmo sabendo que a viloada adora ser enganada, este verão,  fomos lá denunciar e chamar a atenção para mais esta caríssima obra cafofiana engana-vilões, mas, infelizmente, o nosso inteligentíssimo eleitorado optou pela caveira sorridente. Por isso, caros munícipes... toca a pagar impostos para os cafofianos torrarem nestas magnânimas obras de engenharia marítima.  
Infelizmente, andamos anos e anos a avisar que a faixa costeira é uma zona de risco, que até os holandeses e americanos já iniciaram há mais de 20 anos o recuo estratégico e planeado da zona costeira, porque sabem que o avanço do mar (movimento transgressivo) é irreversível. E eles, que são ricos, já não permitem a artificialização e ocupação humana das zonas costeiras, exceto instalações vitais. E nós aqui na Madeira, sempre com a mania que somos espertos, andamos a gastar milhares de euros em restaurantes, cafés, promenades, complexos balneares construídos em cima do calhau e sem qualquer sustentabilidade financeira, que o mar vai destruindo sempre que lhe dá na gana.
Mas pronto! Se calhar o Cafôfo quer imitar o sr. Alberto João, que um dia se vangloriou que iria desafiar o mar. Mas bem longe... lá para os lados da Pena e do Quebra-Costas.  (fénix)

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