Foi juiz de carreira da 1.ª instância até ao Tribunal da Relação. Cruzei-me com ele diversas vezes, algumas delas por causa da minha profissão de jornalista. Longas conversas na “esquina do mundo”. De um saber de experiência vivida. Era um cavalheiro à moda antiga.
É daquelas figuras que nos marcam. Fui surpreendido com a notícia da partida do Dr. Ferreira Neto. É mais um dos números de telemóvel que manterei na lista mas sei que, se ligar, já ninguém atende do outro lado.
Estava jubilado mas não da intervenção cívica. Aliás, dessa nunca se jubilou.
E mesmo na condição de jubilado, mostrou-se sempre disponível.
E mesmo na condição de jubilado, mostrou-se sempre disponível.
Depois de arrumar a beca, a 23 de Novembro de 2004, foi Alto Comissário Nacional para os Refugiados e uma das últimas tarefas cívicas que desempenhou, há uns bons 10 anos atrás, foi juiz-árbitro do Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo da Madeira.
Recordo-me de algumas das frases que deixou para a eternidade em meia dúzia de entrevistas que concedeu a este humilde jornalista: “O folclore não é das melhores coisas para mostrar ideias”. “Os offshores não têm razão de existir”. “Não tenho jeito para poeta. Não sei fingir nada”. “Um dia dir-se-á da prisão o que hoje se diz da pena de morte. Não será no nosso tempo mas vai chegar esse dia”.
Partiu um homem bom…um Bom Homem! Um juiz que, para mim, não foi “de fora”! E será sempre lembrado cada vez que entrar na sala com o seu nome, no Palácio da Justiça do Funchal.
Até sempre! Havemos de nos encontrar, de novo, na esquina do outro mundo! Quiça ladeados de coros de anjos, quiça, daquelas vozes do grupo coral da Relação, o ‘Coro Stella Vitae’, de que foi diretor!(funchal/notícias)
Será que o amigo Barbosa vem ao seu funeral ?
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