Padre Martins uma figura heróica que combateu o Jardinismo e a FLAMA entregou o fruto o seu trabalho ao partido Xuxa que agora está nas mãos do Sousa

 Nunca se sabe para quem trabalhamos. Veem-nos à mente a conhecida e clássica história do filho Pródigo

Lucas 15:11-32

 contada por Jesus de Nazaré:

 O Velho pai, que amealhou fortuna para depois o seu filho insensato desterrar tudo com as meretrizes até ficar na miséria total. 

 Lá se foi a herança. Teve um fim inglório!

 Assim aconteceu com a heroica luta do padre José Martins Júnior da freguesia do Machico. 

 Enfrentou corajosamente os terroristas da FLAMA que surgiram em força logo após a Revolução dos Cravos, de Abril de 1974.

 Lembramo-nos quando em 1975  Martins Júnior, foi ao aeroporto de Santa Cruz receber o herói da revolução de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho convidado pelo padre para ver a sua obra na paróquia da Ribeira Seca. A FLAMA na altura tinha preparado uma grande carga explosiva debaixo  da ponte da Ribeira do  Eixo, (na Água de Pena) pronta a explodir à passagem do autocarro cheio de crianças da catequese paroquial, que acompanhava o padre na receção ao herói da Revolução de Abril, o Brigadeiro Otelo. 

 A deflagração foi abortada in extremis, à ultima hora pelo diretório da FLAMA que temia que  com a morte das pobres crianças inocentes o feitiço se virasse contra o feiticeiro para a causa reaça que defendiam na altura. Ou seja: A morte dos "comunistas".

  Martins Júnior prosseguiu a sua intrépida luta e enfrentou corajosamente o ditador «Bokassa» Jardim. Enfrentou quase sem dinheiro, à frente da presidência da Câmara Municipal de Machico a famosa campanha do Bokassa do Atlântico quando lançou a célebre palavra de ordem: «nem um tostão para Machico!» .  

 Lembremo-nos de que nessa altura, ainda não existia o leonino imposto do IMI para financiar as Câmaras Municipais, (que só surgiria muitos anos mais tarde). Valeu-lhe nessa  altura a solidariedade revolucionária do presidente da Câmara de Loures recém eleito pelas listas da APU (Aliança Povo Unido), Severiano Falcão, que lhe emprestou uma máquina retroescavadora enviando-a para a Madeira, para o padre poder abrir caminhos municipais por todo o concelho de Machico e em especial a futura estrada da Ribeira Seca.

 Padre Martins, eleito como independente pela UDP  à presidência da CMM, verificou que a pouco e pouco a populaça analfabeta, resvalava paulatinamente, com o seu sentido de voto para os partidos mais moderados e conservadores.

  Era a chamada tendência conservadora das massas. Que se verifica sempre após a eclosão das grandes revoluções.  Padre Martins revolucionário atento e perspicaz, compreendendo esse fenómeno, não perdeu tempo e transferiu-se juntamente com seu  irmão Bernardo, com armas e bagagens para o PS Madeira, o famoso partido XUXA, mas na qualidade de independentes. 

O resto da história já é conhecida: Foram eleitos  os dois, durante vários mandatos em deputados pelo PS Madeira na Assembleia Regional  da Madeira.

  Em 1985 resistiram heroicamente ao assédio e ocupação policial da Igreja da Ribeira Seca por 80 polícias durante 18 dias. No fim de tanta luta heroica contra um inimigo muito forte impiedoso e reacionário, está na hora de perguntar: 

 Para quem ficou todo o mérito e louros da sua corajosa luta? Quem foi o herdeiro político?

Resposta: 

Para o atual partido XUXA, que está praticamente no bolso do maior oligarca Madeirense da atualidade: 

 LUÍS MIGUEL de SOUSA que explora um porto à borla há cerca de 30 anos, que controla tudo  aquilo que mexe na Região Autónoma da Madeira, desde o Governo Regional do Albuquerque, o aparelho da Justiça na REGIÃO, comandantes das polícias, passando pelo controle de toda a comunicação social da ilha. Chegou ao ponto de enviar um dos seus melhores quadros para a presidência do maior partido da Oposição. 

 Assim aparece do nada a figura pitoresca e inesperada do actual Presidente do PS/Madeira, Sérgio Gonçalves que é nem mais nem menos do que um pau mandado do Oligarca do Regime, que apresenta enganadoramente  um apelativo Slogan: 

 «UMA MADEIRA MELHOR !».

 Isto,  para no caso de uma remota eventualidade do partido XUXA ser o vencedor das próximas eleições regionais haver a garantia que tudo ficará na mesma com os seus grandes  negócios. 

 A corajosa luta do padre Martins tem como epílogo, um fim inglório, nas mãos das forças e poderes fascistas que sempre combateu ao longo do seu percurso politico. 

 É uma contradição das chamadas lutas inglórias de que a História narra no passado e falará com certeza no futuro.

A luta do marinheiro João Cândido foi de facto uma luta inglória !

Imagens do "Almirante Negro" e da Revolta da Chibata, com trilha musical de João Bosco e Aldir Blanc "O Mestre-sala dos Mares". Apresentada a letra original, censurada pela ditadura militar no Brasil.