segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Alexandra Nepomuceno analisa com muita lucidez as vergonhosas cunhas de Marcelo Rebelo de Sousa

 “C” de cunha

[4 milhões de Euros para salvar a vida de duas bebés estrangeiras. Eis a cunha do Presidente Marcelo, a pedido do filho]
 Esta semana volta a ficar marcada por duas personagens que fazem parte do imaginário do Ocidente. Refiro-me às duas crianças gémeas luso-brasileiras que vieram a Portugal em 2019 receber o medicamente Zolgensma, um dos fármacos mais dispendiosos do mundo. Custa cerca de dois milhões de euros, e combate uma doença rara, mortal nos bebés. Segundo as notícias, duas gémeas que vivem no Brasil receberam, em Lisboa, um tratamento que totalizou no conjunto quatro milhões de euros. Apesar de um parecer contra dos médicos do hospital Santa Maria, em Lisboa, o tratamento avançou e as suspeitas admitem que possa ter sido por influência do chefe de Estado ou mesmo pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já negou qualquer interferência no caso. É de se dizer que depois da queda do governo, este assunto vem à tona para assombrar o Presidente da República, ameaçando e até mesmo atrapalhando a sério o segundo mandato de Marcelo Rebelo Sousa, deixando-o até, metaforicamente, nos cuidados intensivos. A verdade é que este caso é tão escandaloso de “cunhas” e de “esquecimentos” que retrata, infelizmente, o país em que vivemos. Ora, sobre este assunto, várias são as opiniões. Já ouvi de tudo. Por um lado, teorias da conspiração de querer queimar Marcelo Rebelo Sousa, por outro lado, questões da atribuição da nacionalidade, da xenofobia, do racismo e do preconceito. Sobre este assunto, vejo sob diversos prismas: Ponto um: o valor do medicamento. Qual a razão de existir um fármaco - que salva- -vidas – que custa dois milhões de euros? Será legítimo dar a uns e não a outros? Ponto dois: a cunha. Se existe favoritismos, se há compadrio, se há cunha – e sejamos sinceros, neste país é o que mais existe em todo o lado – certamente que esta cartada será utilizada, principalmente no que concerne a saúde. Não é correto nem ético. Está errado! Mas é a lei da sobrevivência perante os problemas do Sistema Nacional de Saúde: espera de longos meses por uma consulta de especialidade, por um exame médico ou por uma baixa de urgência. Muitas vezes, esta cartada não é usada para passar propositadamente à frente de alguém, mas sim, unicamente, para ser atendido por um serviço que se encontra num descalabro total com urgências fechadas e consultas atrasadas. Ponto três: a nacionalidade. Efetivamente, o Governo abriu as fronteiras para a obtenção da nacionalidade, como um meio ou, se quisermos, um instrumento para uma espécie de turismo de saúde.

Se existe favoritismos, se há compadrio, se há cunha – e sejamos sinceros, neste país é o que mais existe em todo o lado.

 Aquilo que é revoltante é ver alguém que obtém a nacionalidade em poucos dias - num processo relâmpago - e que é privilegiado com um tratamento de saúde, em comparação a outras crianças portuguesas que aguardam meses e anos pelo tratamento. Quais os critérios que, eventualmente, terão sido corrompidos para satisfazer os membros do governo? Será isto um tráfico de influências? Sendo o SNS pago pelos contribuintes, temos o direito de saber se o sistema, efetivamente, serve aqueles que precisam e se é um serviço de qualidade, de prestígio, de excelência, de acesso e universal a todos os portugueses como refere a Constituição; ou se é um serviço “toque e foge”, ou seja, adquire a nacionalidade e pronto, já está tratado! Será isto um tráfico de influências? Será isto um jogo de poderes? Enquanto portugueses e contribuintes que pagamos pelo SNS, merecemos uma resposta, mas ninguém tem a coragem e a decência de afirmar que foi responsável pela decisão. Dito isto, estamos entregues aos leões!!! 

12 comentários:

  1. E as suas cunhas, que recebia por telemóvel?
    É ponha-se com o ar de demente que é, a dizer que era uma pessoa da sua estima, quando nem as conhecia, como era?

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  2. As cunhas que entravam no hospital, porque supostamente o conheciam e eram da sua estima, onde estão? Nem você sabia quem eram, aldrabão, vinham do lado da Maceda e não só...
    Image o que faria se fosse presidente da República, esses neudonios6

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  3. Telhados de vidro mira, mira

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  4. Será que consegue ter um discurso coerente? Eu ajudei centenas de pessoas aflitas na Madeira. Fi-lo porque via todos os dias os pepedeas passarem à frente por coisas menores. Eu fiz pressão e cobraram-me favores dos meus serviços a 15 por cento de capacidade máxima. Ajudei a muito custo. Não me arrependo.

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    1. Você ajudou com a intenção de arranjar um tacho, as pessoas da sua estima eram estranhos e passaram à frente de outros utentes. Cunha sua. E vem falar de quem? Você é porco dos pés à cabeça.
      Não ajuda ninguém, só pensa no seu bem estar.

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  5. Nunca cobrei nada a ninguém. Fiz por respeito à população que merecia.

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    1. Achou e achou mal, que os lucros, acabariam com você na assembleia, tão tontinho.
      Pessoas de bem? Você, nem as conhecia!

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  6. Este filho da puta nunca deu ponto sem nó, não vale nada

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