domingo, 8 de janeiro de 2017
Os elogios fúnebres a Mário Soares, não podem reescrever a história
Trabalhou incansavelmente para dividir as forças progressistas civis e militares. Fez suas as palavras de ordem mais reaccionárias, foi o porta-voz do mais rasteiro e fanático anticomunismo. Não houve golpe contra-revolucionário em que não estivesse directa ou indirectamente implicado, não apenas em Portugal mas também em África. Deu cobertura e justificação política à ofensiva terrorista da extrema-direita. Contido o fluxo revolucionário com o golpe de 25 de Novembro de 1975 (em que esteve à beira de desencadear uma guerra civil) Mário Soares assumiu, como primeiro-ministro, a tarefa de destruir e inverter, a partir do governo, as grandes transformações entretanto desencadeadas pela espantosa criatividade revolucionária das massas em movimento: a Reforma Agrária, as nacionalizações, os direitos dos trabalhadores e das populações. Acordou com a direita sucessivas revisões constitucionais procurando retirar da Constituição as garantias de defesa das conquistas revolucionárias. Culminou a sua nefasta acção destruidora com o processo de adesão à CEE, instrumento decisivo de submissão de Portugal ao grande capital transnacional.É nestes termos que Mário Soares marca as décadas de 70 e 80 do século passado no nosso país. Décadas de desencadeamento da política de direita, décadas de retrocesso social e democrático, décadas de subalternização e dependência nacional. (diario-info)
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