domingo, 12 de novembro de 2017

Com uma justiça em sintonia com os corruptos do regime só podia ser este o desfecho do "Cuba-Livre"!

Um “funeral” pago por tontos!
 Gil Canha



Sinto-me na obrigação de fazer este sério aviso público aos meus concidadãos, para tomarem cuidados com certas armadilhas que o nosso caduco e necrosado regime monta aos seus mais crédulos cidadãos.
Se alguém por acaso vir um político, um magistrado ou algum grupo económico a roubar, a corromper ou a aliviar os bolsos da populaça, não intervenha! Não denuncie! Finja olhar para o ar, mesmo se passar num  local recôndito e vir uma idosa a ser violada por um tarado. Não se arme em altruísta nem herói, porque além de ter uma carga de chatices e outros trabalhos, ainda poderá pagar bem caro a sua ousadia e o seu sentido cívico. A justiça neste país não premeia o activismo cívico, pelo contrário, pune-o!
E porquê? Não sei se estão lembrados, mas houve um grupo de cidadãos meio-tontos (se calhar mesmo tontos), do qual fiz parte, que resolveu pedir a reabertura do célebre processo “Cuba Livre”, depois do MP ter resolvido arquivá-lo.

Como é de conhecimento público, este vergonhoso caso surgiu em consequência de uma investigação do DCIAP de Lisboa, referente à ocultação deliberada de uma dívida de 1,1 mil milhões de euros praticada por membros do ex-Governo Regional da Madeira, que criaram uma base de dados secreta para gerir essa dívida e falsificaram grosseiramente as contas públicas da região,  o que levou os investigadores a concluir que havia fortes indícios de práticas de crimes de prevaricação, falsificação e violação de regras de execução orçamental. 
Deste modo, os madeirenses viram-se confrontados com uma dívida oculta feita nas suas costas por governantes desonestos, num valor astronómico de tal ordem que até obrigou o regime de Alberto João a solicitar um programa de assistência económica e financeira que mergulhou a Região numa austeridade cruel. E graças a este criminoso regabofe contabilístico, famílias e empresas madeirenses foram condenadas a sacrifícios inimagináveis. E perante todo este alarme público, todo este alvoroço de aviões carregados de documentos para a frente e para trás, de todo um país envergonhado a reajustar os valores da sua dívida a entidades estrangeiras, só porque se descobriu este monstruoso “gato” escondido, o nosso Ministério Público não viu nada de mal ou de criminoso, e mandou arquivar o processo!
O tal grupo de tontos (Baltasar Aguiar, Hélder Spínola, Gil Canha e Filipe Sousa) achou um escândalo e um crime contra a Nação este procedimento inexplicável, e resolveu ressuscitar o processo do sepulcro pestilento a que o MP o tinha votado.
Como o processo caiu na alçada do super juiz caça-corruptos Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Investigação Criminal em Lisboa, os arguidos jardinistas entraram em pânico, e toca a mover os sub-mundos lamacentos e putrefactos das catacumbas judiciais da Relação para o processo vir para a Madeira, o que conseguiram.
Mostrando uma inteligência e uma inegável clarividência profética, Hélder Spínola (com isto provou que não era tonto) sai do “barco”, pois “não confia na imparcialidade do sistema de justiça instalado na RAM, e não estava disponível para fazer parte e caucionar a farsa que se irá seguir”, ao contrário dos outros patinhos tontos (o meu caso) que resolvemos acreditar que no meio do pantanal sórdido da justiça regional, ainda haveria alguma réstia de justiça.
O processo veio para a Madeira e caiu nas mãos da sra. Juíza Susana Mão de Ferro, do Juízo de Instrução Criminal do Funchal,  o que provocou logo os piores vaticínios, já que a Sra. Juíza é casada com um advogado que trabalha precisamente na sociedade Abreu&Advogados responsável pela defesa de um dos principais arguidos, João Cunha e Silva. Como profetizou e bem Hélder Spínola, iniciou-se a “farsa judicial” que teria feito inveja ao famoso juiz soviético Andrey Vyshinsky e que acabou com a magistrada do MP e com a Juíza a decidirem não pronunciar os arguidos pelos crimes de que eram acusados. Isto é, o tribunal nem permitiu que eles fossem a julgamento!
Mas, apesar da sua visão profética,   Hélder Spínola falhou nesta última parte, e porquê? Porque a “farsa” é um género teatral que termina num só acto. Ora a “farsa” judicial do “Cuba Livre” acabou com um segundo acto, isto é, a Juiza Mão de Ferro (até o nome tem a sua piada) mandou  extrair certidões para novas investigações do MP, isto é, mandou “o cadáver”  para as gavetas sepulcrais do MP com a indicação de que Deus ainda poderia reivindicar partes do corpo do defunto. 
Ora, segundo a escatologia cristã, principalmente o que está descrito nos Evangelhos de São Mateus, “todas as almas, quer estejam no céu, no purgatório ou no inferno, regressarão definitivamente aos seus novos corpos logo após o juízo final, e os condenados, os ímpios, e todos aqueles que não se libertaram da escravidão do pecado, serão condenados ao fogo eterno e irremediavelmente afastados do reino dos céus”.
Assim, a sentença da Juiza Mão de Ferro levanta um problema teológico a que os próprios Doutores da Igreja nunca deram solução:  como poderá um corpo cadavérico - O Cuba Livre - baixar aos infernos do MP, enquanto alguns dos seus membros regressam ao reino dos Céus? Por outras palavras, é extremamente improvável que a cabeça, o tronco duma alma condenada ao inferno, alguma vez veja as suas pernas e braços desmembrados ressuscitarem dos mortos e entrarem diretamente no Paraíso. Aliás, no famoso caso de investigação ao Porto do Funchal, também se repetiu a farsa do arquivamento com a repetição fandanga de extração de certidões autónomas do processo principal para enganar os tolos do Mundo-dos-Vivos, e até hoje a única coisa que se sabe é que o denominado Processo dos Sousas foi todo ele sepultado no tenebroso necrotério do MP, onde aguardará o dia do sem-nunca  do juízo final.
E o Cuba Livre, como todas as farsas que se transformam em Comédias,  teve um funeral muito sui generis: o caixão, as flores, o padre,  a cova e todo o serviço fúnebre foram pagos pelo Baltazar, pelo Canha e pelo Filipe Sousa, por ordem da Juíza Mão de Ferro, isto é, cada um dos tontos teve de sacar dos seus bolsos a quantia de 510 euros em taxas judiciais para pagar o funeral da pândega jardinista, o que até tem a sua piada, embora nos tenha servido de escarmenta,  pois a populaça/viloada, além de ingrata e mal-agradecida, gosta é de festa, vinho seco e de oportunistas do calibre dos novos hunos cafofianos, e não daqueles que lhes defendem os seus interesses. 

Gil Tonto de Canha

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