Em Portugal essa erosão da democracia é provocada pelos tribunais fascistas não eleitos, que juntamente com o MP de cariz fasciszante utilizam o código Penal fascista no seu artigo VI afim de atacar a liberdade de imprensa e de Expressão.
Para os esbirros do fascismo acantoados nos tribunais portugueses tudo pode ser passível de condenação por difamação e ofensa ao bom nome.
Basta qualquer cidadão fazer críticas em público, que desagradem a alguém no Poder. Pode ser acusado condenado a penas de cadeia e acabar a dormir na rua depois de lhe serem penhorados todos os seus bens.
É aquilo a que os juízes fascistas de Portugal chamam activos a penhorar!
Mas o corolário dos desejos de toda esta escumulha fasciscizante reune-se à volta do Partido neo nazi, CHEGA do Ventura.
O partido dos fascistas infiltrado nas polícias, nos tribunais e Ministério Público aqui no nosso país.
São tudo entidades com grandes complexos de autoridade. Todos eles inimigos das liberdades conquistadas pela nossa Revolução de Abril.
Diz o politólogo António Costa Pinto, no seu livro cujo título é: O
Regresso das Ditaduras?
Regimes híbridos
Com uma diferença fundamental
em relação ao que aconteceu até à
Segunda Guerra: “Nos últimos
anos, no entanto, o modelo
dominante das novas ditaduras
tem sido o dos regimes que ‘se
vestem como democracias’ (…)
que são, em certo sentido,
‘regimes híbridos’ ou
‘autoritarismos competitivos’:
organizam eleições, permitem a
existência legal de vários partidos,
não têm censuras rígidas, mas
encontram novos meios de
distorcer os resultados eleitorais,
reprimir a cidadania e controlar a
comunicação social a favor da elite dominante.” São uma combinação
de métodos novos e tradicionais,
na Bielorrússia ou na Rússia, para
referir dois exemplos que o autor
cita e que nos são familiares.
O ensaio dedica, por isso, um
capítulo às “várias faces do
autoritarismo contemporâneo.”
“Após várias décadas de
democratização a nível global, as
ditaduras estão de volta”, escreve o
autor. “Muitas delas são meras
sobrevivências, mas com
adaptações e mudanças
significativas.” Mas há uma ressalva:
“esta nova vaga de ‘autocratizacão’
confunde-se muitas vezes com uma
erosão dos regimes democráticos,
cujos contornos ainda são
incertos.” Se, no passado, a
instauração de um regime
autoritário passava quase sempre
pelo derrube da democracia por
ruptura súbita (muitas vezes, um
golpe de Estado), no século XXI, “o
acesso legal ao poder para, a partir
dele, provocar a erosão da
democracia e a institucionalização
de uma ditadura é uma marca
distintiva desta nova vaga”.
Costa Pinto cita vários
exemplos: da Turquia de Erdogan à ainda híbrida experiência de
Orbán na Hungria. Estes modelos
mais graduais de transição para o
autoritarismo, “quase sempre
acompanhados de eleições cada
vez menos livres e justas”, acabam
por ser mais complexos de
identificar. “Os candidatos a
autocratas têm sido bem mais
discretos nos seus modos de
perverter a democracia. A erosão
da democracia, e não o seu
derrube abrupto, parece ser a via
dominante”, escreve o autor.
Daí resultam as múltiplas
definições destes novos regimes
entre “democracias iliberais”,
“regimes híbridos”,
“autoritarismos eleitorais” ou
“autoritarismos competitivos”.
“Estes processos representam,
segundo alguns estudiosos, cerca
de 70 % do que consideram ser
uma terceira vaga de
autocratizacão”.
Alguns dos exemplos já
ultrapassaram a fase da incerteza.
“Já ninguém terá dúvidas sobre o
carácter autoritário do regime de
Putin na Rússia, ou de Erdogan na
Turquia.” O caso da Hungria é
especial porque está ainda muito condicionado pela União
Europeia: “Ficaria no limbo da
hibridez durante mais de 20 anos
de duração?”
O autor dedica uma análise mais
exaustiva aos casos da Turquia, da
Rússia, mas também da China,
representando esta última
“alguma singularidade no quadro
das ditaduras contemporâneas”.
O autor deixa ainda uma
interrogação: “Chegado à chefia
em 2012, Xi Jinping —
simultaneamente, secretário-geral
do partido, Presidente e
comandante das Forças Armadas
— tem concentrado mais poder
pessoal do que os seus
antecessores imediatos,
realizando algumas depurações de
rivais e permitindo algum culto da
personalidade. Apesar da direcção
colectiva continuar, o processo de
pessoalização ainda é incerto”.
Costa Pinto aborda a situação
europeia no contexto global já no
capítulo das conclusões, deixando
muitas perguntas em aberto. “A
vaga populista de direita (mais ou
menos radical) das últimas
décadas e a chegada ao poder de
alguns partidos e líderes, como Orbán na Hungria, Bolsonaro no
Brasil, Trump nos EUA, ou do
Partido da Lei e da Justiça, de
Kaczyski e Duda na Polónia, tem
levado muitos académicos e
analistas a regressar a um conceito
introduzido por Fareed Zakaria no final do século XX, o de
‘democracia iliberal’. Acresce que,
na UE, vários destes partidos já
passaram pelo poder, como a Liga
Norte, de Matteo Salvini, em Itália,
ou, na Áustria, em Governos de
coligação, e o seu balanço conhece
níveis de diminuição da qualidade
da democracia, mas não processos
de mudança de regime”, escreve o
autor, para destacar um traço
comum: “A maioria destes novos
partidos populistas tem-se situado
à direita do espectro político e,
como salientou Marc Plattner, um
conservador liberal fundador do
Journal of Democracy, ‘os
desenvolvimentos mais
interessantes e com
consequências para o futuro da
democracia liberal provavelmente
vão emergir das lutas internas na
direita’”.
Quais as características destes novos partidos, movimentos e líderes, que geralmente são
definidos como populistas? “A
maioria dos estudiosos aponta
para três traços distintivos: a
oposição entre ‘o povo’ e a ‘elite
corrupta’; o discurso em nome do
povo e da sua ‘vontade’; o facto de
terem uma ‘ideologia fina’, ou
seja, sem coerência, ecléctica e,
por vezes, contraditória e
mutante”, prossegue. E termina
com uma interrogação: “Será a
democracia iliberal uma forma de
regime político? É duvidoso.
Talvez exprima apenas uma
dinâmica incerta e não uma forma
política consolidada.”
O autor explica ao PÚBLICO que
o que o levou a escrever este
ensaio agora foi, “em grande
parte, para observar o que é que,
depois da terceira vaga de
democratização, os novos regimes
autoritários tinham de tradicional
ou de novo”. Porque vivemos num
período de grandes incertezas,
continua Costa Pinto, “também há
uma grande incerteza sobre que
consequências terão os partidos
populistas que chegaram ao
poder.”
Orbán conseguiu
apoderar-se do poder e operar
uma mudança de regime que só
tem (ainda) como limite o facto de
o seu país pertencer à União
Europeia. Donald Trump tentou
destruir as instituições
democráticas na América, e
falhou. Na Itália, depois da recente
passagem do partido de
extrema-direita de Matteo Salvini
pelo poder, as coisas voltaram à
normalidade com o Governo de
Giuseppi Conte.
Devemos, portanto, ter atenção
às palavras que usamos para
caracterizar regimes e partidos, se
queremos ser rigorosos, diz Costa
Pinto.
“Há muita coisa má que não
é nem fascismo nem comunismo”,
costuma dizer aos seus alunos este
professor-investigador do Instituto
de Ciências Sociais da
Universidade de Lisboa e
professor de Política e História
Contemporânea Europeia no Iscte
que passou pelas universidades de
Stanford, Georgetown, Princeton
e Berkeley (EUA), Oxford e
Florença. A sua obra estuda os
regimes autoritários, as elites
políticas, a democratização, com
particular incidência nos países da
Europa do Sul.
Neste ensaio, ainda não leva em
consideração a entrada em cena
na vida política portuguesa de um
novo partido que se afirma contra
o regime democrático vigente — o
Chega. Mas considera que “não é
preciso chamar-lhe fascista para
caracterizar” o partido como uma
força política que se inscreve na
corrente populista e autoritária
que se manifesta em pratica.
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