COMUNICADO
A Cosmos - Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida vem por este meio denunciar mais um atentado ambiental que está a decorrer na Ribeira de São Jorge, com a extração selvagem de inertes e grande blocos de basalto do seu leito.
Até há bem pouco tempo, esta ribeira do norte da ilha estava relativamente imaculada, contornando naturalmente as suas águas cristalinas os seus verdejantes meandros no seu caminho em direção ao mar. Infelizmente, após várias queixas de populares a esta associação, viemos a confirmar no local, que as máquinas da construtora AFA estavam a retirar enormes quantidades de inertes deste canal e a transportá-los para os seus estaleiros nas proximidades. E segundo nos contou um cidadão morador na zona que denunciou este atentado à Guarda Nacional Republicana, em vez deste corpo militar autuar conforme dita a lei, foi pedir a sua identificação de uma forma ameaçadora, como se o “criminoso” fosse o denunciante.
E como já suspeitávamos, as intenções criminosas desta empresa têm dois objetivos: primeiro, retirar todo o material deste curso-de-água sem pagar um tostão à região: segundo, ao meterem a maquinaria pesada no leito da ribeira, revolvendo e retirando todo o material inerte, estão deliberadamente a descalçar as margens e as cabeceiras desta ribeira, para futuramente poderem lucrar com a construção de muralhas e outras proteções.
Para finalizar, esta Associação também condena veementemente a passividade cúmplice da Secretaria do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, não só por fechar os olhos a este verdadeiro atentado ambiental, mas também por consentir que as lamas e outros sedimentos resultantes desta atividade extrativa rapinadora poluam gravemente as águas da área protegida da Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio.
Funchal, 27 de janeiro de 2021
O Presidente da Direção
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