Para além de a Madeira e o Porto Santo sofrerem recentemente de um aumento de infetados com a corona vírus, a Região também está a ser infetada pelo vírus da irresponsabilidade dos nossos governantes. Numa altura em que países mais desenvolvidos que nós entravam em confinamento em quase toda a Europa antes do Natal, os nossos Ambrósios ignoravam o risco de transmissão do vírus e promoviam festas de natal, e festas de fim de ano, na arrogância de que estava tudo divinamente controlado.
Não era preciso ser bruxo ou um Zandinga para se perceber que esta irresponsabilidade dos Ambrósios ia "dar no porco".
Agora que o vírus circula descontroladamente, o Governo dos Ambrósios vem com medidas restritivas para ver se ainda chega a tempo de estancar esta pandemia. Mas os nossos Ambrósios não governam para o povo, eles governam para os Donos Disto Tudo, ou seja, para os senhores Avelino Farinha, Dionísio Pestana, Jaime Ramos e Luís Miguel de Sousa. Tudo o que estes senhores pedem os Ambrósios satisfazem obedientemente.
A festa no mamarracho do Savoy, as sandes de carne de vinho d'alhos no mercado, os mercadinhos de natal, as barracas na placa central e em outros locais da região, o fogo do fim-de-ano e outras loucuras que se promoveram por aí, fizeram disparar o número de infetados em toda a região. Vê-se que estes governantes não conhecem o comportamento do povo, porque andam em redomas de elites, e não sabem que qualquer seu comportamento é imitado pela população. Então, se o Miguel Albuquerque foi ao mercado com os seus secretários comer umas sandes de vinho d'alhos, porque razão a gente também não pode andar por aí aos magotes?
No fim de ano, o governo dos Ambrósios andou a fazer quadrados no chão da cidade, para a população não ser infetada, mas não pensou que no final do espetáculo pirotécnico as pessoas iriam se deslocar descontroladamente nas ruas do Funchal. Meia hora antes do fogo desloquei-me de carro por algumas zonas periféricas do Funchal e constatei que na zona dos Barreiros e da Nazaré havia um aglomerado de pessoas descomunal, e que não havia distanciamento entre elas, segundo as normas em vigor. E contaram-me que o mesmo se passou em outras zonas do Funchal.
A saúde pública na Madeira está em risco, e se não fosse o caso de haver eleições presidenciais a 24 de Janeiro, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e o representante da República Ireneu Barreto teriam matéria suficiente para demitir este "Governo dos Ambrósios Agachados" aos Donos Disto Tudo, e teriam convocado eleições regionais nos meses seguintes como determina a Constituição e o Estatuto Político e Administrativo da Madeira.
Por Dionísio Andrade
Nota da Redação do Pravda:
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