Vinte anos depois da tragédia e
duas novas pontes que se
seguiram, regressei a Entre-os-Rios
e vi que nada mudou. Uma variante
rodoviária que leva a lado nenhum
prova que as prometidas
acessibilidades nunca apareceram.
Castelo de Paiva, a menos de 50
quilómetros do Porto, é o exemplo
do isolamento votado pelos
detentores de cargos políticos que
passaram impunemente entre os
pingos da chuva daquela fatídica
noite. Não foi só a coluna que servia de suporte à Ponte Hintze
Ribeiro que ruiu — foi também o
colapso da Justiça, um dos pilares
do Estado de direito, que não
conseguiu encontrar culpados
entre aqueles que retiraram areia
do rio, nem no meio dos
responsáveis pela conservação
duma estrutura que suplicava por
obras.
Emanuel Caetano, Ermesinde
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