domingo, 14 de março de 2021

Paulo Morais escreve no Correio da Manhã acerca dos "negócios do novo aeroporto do Montijo

 Os dois grandes partidos do sistema estão mancomunados para roubar o país

Torre de controlo de Portugal

 O Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) será no Montijo. Independentemente da vontade dos autarcas locais, que o vetaram, mau grado muitos estudos de impacte ambiental, que o desaconselham.
  Porque para a ANA - que tem mais força que o poder político - Montijo irá representar receitas milionárias a troco de investimento quase nulo. Os principais custos inerentes à ativação do NAL no Montijo serão a transferência da base aérea militar, a construção de acessibilidades, a pista propriamente dita e a aerogare. 
 Mas a deslocalização dos militares e equipamentos da Força Aérea para outras bases será um custo assumido pelo Ministério da Defesa; a ANA despende com esta tarefa zero. E também nada gastará com os acessos rodoviários nas imediações do aeroporto, que irão ser pagos pela Infraestruturas de Portugal e pelas autarquias. A pista, que representaria o maior custo aeroportuário, já está construída, carece apenas de acertos e remodelações; cujo custo é irrelevante, se comparado com o da construção de raiz, que ocorreria se a alternativa escolhida para NAL fosse OTA ou Alcochete. E, finalmente, a aerogare será um negócio altamente rentável, na medida em que o seu principal uso é o de centro comercial. 
 Serão, pois, os concessionários dos espaços (restaurantes, cafés, lojas ou balcões de atendimento) que irão financiar todo o investimento, através do pagamento de concessões, aluguéis e outros mecanismos. 
 Além do mais, a empresa detentora da concessão ANA, a Vinci, lucrará ainda enquanto acionista da Lusoponte; pois esta é concessionária da Ponte Vasco da Gama, o acesso rodoviário ao Montijo, a partir de Lisboa. 
 Com esta opção, a Vinci, que em 2012 contratou a concessão da ANA, a 50 anos, de dez aeroportos, terá assim, de borla, a concessão de mais um aeroporto; e ainda leva, de brinde, a valorização da Lusoponte. Para influenciar a decisão favorável, a ANA recrutou os melhores lobistas. O presidente da ANA, José Luís Arnaut histórico secretário-geral do PSD, controla este partido. E cabe a Luís Patrão, administrador da ANA e responsável máximo pelas finanças do PS, garantir a anuência dos socialistas. Ambos, a partir da torre de controlo da ANA, dominam políticos e subjugam o país aos interesses dos seus patrões da Vinci. -(correio da manhã)



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