E se dúvidas houvessem, é francamente desolador saber que a equipa ministerial de Angola tenha viajado, não em avião de carreira, onde os custos seriam menores mas em avião privado, com um custo diário de cerca de USD 80.000,00 (oitenta mil dólares).
Não é um luxo excessivo que a equipa de avanço tenha fretado um avião, quando esses mesmo arautos mandam o povo apertar o cinto, alegando não haver dinheiro nos cofres, para se aumentar o número de carteiras, salas de aulas e mais escolas, para impedir que mais de 20 mil crianças fiquem fora do sistema de ensino primário? (ver mais em Folha 8)
Oquadro epidemiológico de Angola é caracterizado por doenças transmissíveis e parasitárias, com destaque para as grandes endemias como a malária, o VIH/SIDA e a tuberculose, juntando-se as doenças tropicais negligenciadas, como tripanossomose humana africana. O norte do país continua a ser mais afectado devido as suas características geográficas, sendo as regiões mais endémicas as províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Cuanza Norte e Sul, Malange, e as Lundas Norte e Sul.
O médico Pedro de Almeida, especialista em Ginecologia-Obstetrícia e docente universitário, lamenta a dotação orçamental disponibilizado à saúde, e começa a sua crítica numa perspectiva comparativa com os demais países africanos, pois, frisa o técnico, o orçamento para a saúde em África ronda os 11 por cento do pacote geral.
Pedro de Almeida destaca que, “se o governo prevê gastar menos com a saúde, ao destinar um orçamento reduzido ao sector, significa que a maioria da despesa com as questões sanitárias será paga pela população em geral”, o que claramente acarreta o aumento do índice de mortalidade materno-infantil por malária visto que a população maioritariamente não tem condições financeiras para custear os serviços de saúde privados, em alternativa aos hospitais estatais que continuarão a não ter medicamentos e equipamentos médicos. (veja mais em folha8)
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