quinta-feira, 2 de abril de 2020

Albuquerque aproveita o covid-19 para se promover escreve e bem Gil Canha

O ditador Jardim, fez a maior divida per capita de toda a Europa ao seu povo



ATENÇÃO: O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE!
Gil Canha 

 Tenho notado a tendência recente de certos regimes políticos em transformar a luta contra o Covid-19 numa mórbida campanha de propaganda política, promovendo os seus líderes a uma espécie de “heróis providenciais”, que graças às suas medidas excecionais e de grande clarividência, estão a salvar as respetivas sociedades deste terrível flagelo. 
 Diz o proverbio, “que é na tempestade que se vê o bom marinheiro”, que de facto, é em parte verdade, como também é igualmente verdade, que seria completamente apalhaçado e ridículo, no meio da tormenta, alguém bradar histericamente na amura dum navio: - Olhai o nosso comandante, olhai como ele é tão habilidoso… está neste momento a ordenar a recolha da genoa como ninguém, vejam só a pose… não há no mundo pessoa tão competente como ele!
Não quero dizer com isto que não devamos dar o mérito a quem de direito, mas daí a cairmos na situação grotesca de adular alguém até à bajulice servil, pode ser extremamente perigoso. 
 O duque de Saldanha foi um herói do liberalismo mas esclerosou a monarquia constitucional; Salazar foi endeusado porque salvou Portugal da participação na II Guerra, mas cristalizou irremediavelmente o país até 1974; Hitler fez o milagre económico alemão após a grande depressão de 1929, mas posteriormente destruiu a própria Alemanha; François Duvaleir (Papa Doc) fez um trabalho meritório a nível internacional na luta contra a malária e o tifo no Haiti, depois foi um cruel e criminoso tirano; Marco Aurélio, imperador e filósofo romano, manteve as tribos germânicas longe das fronteiras do império, mas também “impingiu” ao povo romano o seu incompetente e sanguinário filho, Cómodo; o atual Ditador chinês Xi Jinping, é visto atualmente na China como o homem que derrotou o Corona Vírus. A propaganda transformou-o numa espécie de semideus, que vela pela saúde e bem-estar do Povo Chinês, e que os chineses extremamente agradecidos devem adorar e lisonjear (quando este terrorista de Estado negligenciou o problema e silenciou os técnicos que o alertaram para o perigo); e o que não falta é gente por este mundo fora ajoelhando-se servilmente em frente de tais grandes homens providenciais, como fazem na Turquia, a Erdogan, na Síria, a Hassad, na Guiné Equatorial a Teodoro Obiang, e na Madeira, a Jardim, mesmo depois deste ter feito a maior dívida per capita da Europa ao seu povo, que até fez arrepiar Angela Merkel, e de ter criado os maiores grupos monopolistas (Donos Disto Tudo) que mandam e desmandam na ilha. 
 E fui buscar estes exemplos, porque tenho assistido na comunicação social da ilha a inúmeras louvaminhices e bajulações meio amacacadas a Miguel Albuquerque, seguidas de forte propaganda institucional, a propósito das suas medidas contra o Covid-19, que repito, são corretas e determinadas, mas que não são motivo para andarem por aí pessoas agachadas, a adorar o homem como faziam os indígenas da Polinésia aos seus ídolos, durante as grandes tempestades. 
 Aliás, apesar de sermos só duas ilhas habitadas, os Açores, que são muito mais ilhas com portos e aeroportos por todo o lado, tomaram as mesmas medidas de Albuquerque, e mesmo nestas circunstâncias, têm sensivelmente o mesmo número de infectados que nós. E se fossemos entrar na mesma competição cómico-grotesca dos nossos bajuladores/engraxadores regionais, também poderíamos dizer que o Presidente do Governo Regional dos Açores é um “super- governante” a quem devemos prestar homenagem devota, somente porque criou corajosamente um cordão sanitário em volta da vila da Povoação, em São Miguel, por causa de cinco infectados com o covid-19 (!) 
 Muitos leitores podem estar melindrados, por estar a escrever um artigo destes, numa altura tão sensível e preocupante como esta que estamos a viver. Mas, sinceramente, eu não tenho medo que venha aí um Miguel Albuquerque vitorioso com tiques de tirano após ver os seus poderes reforçados, graças às boas medidas que tomou. O que tenho medo, é do “endeusamento governamental” do regime   Albuquerque/Calado, e que depois desta terrível crise pandémica, auxiliem e facilitem os Grandes Tubarões monopolistas (DDT) a mamarem tudo, e as pequenas e médias empresas a ficarem com os restos, e o povo a andar na penúria, só porque o dinheiro das ajudas foi distribuído pelos mesmos de sempre. Temos aí os exemplos do 20 de Fevereiro e do grande incêndio urbano de Agosto 2016, em que a “tubaranagem” se encheu “à grande e à francesa”, mas continuaram famílias a viver em zonas de risco, outras com a casa às costas, e outras ainda, nem foram auxiliadas, aliás, basta ver a nossa cidade alegadamente turística, ainda com estruturas de betão a servir de varandins e tanques-de-gás em cima de ribeiras, como é o vergonhoso caso da Ribeira de João Gomes. 
  Por isso caros cidadãos, não se deixem influenciar, manipular, nem se embevecerem, pelos alegados “salvadores da pátria”, capazes de realizarem milagres sociais instantâneos, como quem faz sopa Knorr de rabo-de-boi. Se verem um governante à frente das câmaras de televisão, de colete amarelo e máscara na focinheira, não se deixem enganar pela encenação do momento nem troquem a vossa razão crítica por sentimentos ternurentos, pois é esta a função e o trabalho deles, e é para isso que foram eleitos. 
 Winston Churchill salvou o Reino Unido de ser evadido pelos nazis, liderou o país na altura mais difícil da sua história, mas mal terminou a guerra perdeu as eleições e a maioria absoluta que tinha no parlamento britânico. Uma população exausta, mas agradecida ao seu líder, optou sem lamechices, por virar a página e construir um país mais solidário e igualitário. 
 Talvez seja isto que Jardim diz ser um “povo superior”, de olhos bem abertos. (Fénix do Atlântico)

3 comentários:

  1. Se a RTP Madeira não transmite a mensagem ao país do Presidente da República em estado de emergência, o Costa devia pedir explicações e caso não houvesse explicação plausivel, não devia mandar mais dinheiro nenhum para a RTP.

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  2. Até parece mentira! Quando a Madeira não tem dinheiro para SOBREVIVER , e quando a saúde desfalcada precisa abastecer-se URGENTEMENTE ainda se andam a distribuir mais tachos! Para onde vamos, para onde caminhamos?! Como podemos ser tão tontos e incapazes colectivamente, deixando que alguns comprometam a nossa vida e desenvolvimento, presente e futuro? Sigam o joram.madeira.gov.pt e vão vendo as nomeações. Não era da Alemanha exigir "vocês precisam de dinheiro, mas quem vos vai gerir somos nós! "

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